sexta-feira, maio 01, 2009

A ARTE DO ÊXTASE XAMÂNICO - UM MITO DE CRIAÇÃO:
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Conta uma lenda siberiana, que no princípio viviam dois povos celestiais na Terra. O povo que vivia no ocidente era bom e o povo que vivia no oriente era mau. Os Deuses criaram os homens e tudo vivia em paz e harmonia, mas o povo mau enviou aos homens doenças e morte. Para aliviar o sofrimento das pessoas, os Deuses enviaram uma Águia para transmitir poderes medicinais. A Águia foi até os homens, mas estes não entendiam a sua linguagem, e assim, ela não conseguiu transmitir-lhes a ciência e o dom da medicina. A Àguia, voando e com a firme decisão de cumprir a sua missão, viu das alturas uma bela mulher, dormindo nua, nas sombras de uma árvore. A Águia pousou, fez amor com a mulher e como fruto deste ato, nasceu o primeiro Xamã da Terra. Essa metáfora bem ilustra a ligação do Xamã com o reino animal e a natureza. Na Sibéria, entre os Buriatas, o animal ou ave que protege o Xamã é chamado de Khubilgan, palavra que significa metamorfose - assumir outra forma. A associação da viagem xamânica com o vôo de uma ave, bem como a associação a animais de poder é comum no Xamanismo. O êxtase xamânico A "arte do êxtase" é , provavelmente, na história da humanidade, a mais antiga forma de re-ligação com o Sagrado. Arqueólogos encontraram indícios da sua presença praticamente junto com o surgimento do homo sapiens, em todos os continentes da Terra. Utiliza-se de técnicas arcaicas de êxtase que independem do grau de evolução espiritual ou intelectual das civilizações, por estarem ancoradas na própria estrutura dos inconscientes individual e coletivo, em suas relações com o Infinito.

A obra de Carlos Castañeda contribuiu para a popularização do Xamanismo que, juntamente com muitas outras linhas e técnicas, hoje constitui mais uma opção dentro desta rica e eclética Era de Áquário, que ora se inicia. Sua prática milenar estabelece contato com outros planos de consciência e outras dimensões do Universo, constituindo a primeira forma sistematizada deste tipo de acesso. À exemplo do Yoga e das técnicas de Meditação, o Xamanismo visa alcançar estados alterados e expansão da consciência para além dos limites comuns. Dispensando longas e exaustivas práticas - incompatíveis com a rotina profissional de pessoas comprometidas com a sociedade - os rituais xamânicos atingem esses estados, através do ritmo de tambores, danças, exercícios e principalmente, plantas de poder, chamados elementos enteógenos. Para o xamã, cada reino da natureza é habitado por um princípio inteligente. A intensidade e diversidade das vivências que esses enteógenos propiciam vem sendo estudada sob vários enfoques científicos ( vide link " artigos").Toda planta de poder é sagrada e só é consumida ritualmente, sendo a chave que abre as portas do Divino. Dentre as várias etnias americanas, do Canadá a Terra do Fogo, podemos destacar o uso dos seguintes enteógenos:

Peyotl - o cacto das visões luminosas
Ololiuhqui - a erva da serpente
Tlitliltzen - as sementes da virgem
Mescal beans - as sementes das danças visionárias
Teonanácatl (cogumelo) - a carne de Deus
Pipiltzintzintli - a sálvia dos adivinhos
Datura - a aliada dos pajés
Tabaco - a erva exorcista
San Pedro - a Watchuma ou Don Pedrito, cacto que "abre as portas do céu"
Virola, Yopo e Paricá - o pó da inspiração Rapé - o pó sagrado dos feiticeiros
Coca - a folha do jejum e da vigília
Ayahuasca - a bebida das viagens prodigiosas
Jurema - a bebida sagrada da caatinga ou Anahuasca

Todas as plantas de poder-professoras podem acabar tornando-se substâncias prejudiciais, se usadas de maneira imprópria. Sua utilização deve ser rigorosamente restrita ao uso sacramental, dentro da ritualística estabelecida por quem conhece e domina a sua essência. A atividade xamânica é essencialmente ligada a processos de cura física, mental, emocional e espiritual. O Xamanismo, venerando a Vida que permeia a rede universal, desde as células até os astros, atua através de forte consciência ecológica, procurando preservar as condições ambientais do planeta Terra.
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Obs: "estas e outras informações são para efeito de estudos e pesquisas, não fazemos apologia nem tampouco recomendamos o uso de substâncias tratadas ou entendidas como substâncias entorpecentes ("drogas") e proibidas em nossa Legislação vigente. As plantas atualmente compreendidas como enteógenas (Deus-dentro) e liberadas legalmente, como a Ayahuasca, por exemplo, é herança de nossas culturas ancestrais nativas, 'instrumentos' de seres 'credenciados' (Pajés, Xamãs e Líderes de Cerimônia) em sua ciência-natural e Divina, para que delas façam uso com 'rigorosos' critérios, em momentos adequados e situações específicas." (comentário feito por Hugo Acauã)

fonte:
http://www.aguiadourada.com/xamanismo.php

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