quarta-feira, dezembro 07, 2011

istoeinfblue.gif (944 bytes)Nº 1571 - 10 de novembro de 1999

Luz no horizonte
O físico Patrick Druot, que já vendeu um milhão de livros sobre xamanismo, saber de culturas ancestrais, diz que vêm aí boas mudanças
Foto: Clarice Meireles
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Pesquisa - Druot procurou nos Xamãs
o que não achou na ciência


Patrick Druot, 53 anos, pós-graduado na Universidade de Columbia, consegue enxergar a virada do milênio com um otimismo contagiante, apesar do quadro de guerras, desemprego e desigualdade social. Ele arrisca dizer que nos espera um tempo de mais tolerância, compreensão e amor. Esse otimismo é resultado de 20 anos de experiências com expansão da consciência e contatos com culturas antigas. Nesse período, conviveu com tribos indígenas e aborígenes na América do Norte e na Oceania, onde estudou o trabalho dos xamãs, líderes espirituais conectados com a natureza. Segundo Druot, em breve ocorrerá uma mudança porque as pessoas buscam cada vez mais respostas espirituais para dar sentido à existência. "Acho que o Brasil terá um papel importante neste despertar", ele anuncia. Até os 35 anos, ele mesmo acharia graça no que acredita hoje. De família católica, deixou de ir à missa aos 15 anos para tornar-se um cético convicto. Foi depois de se pós-graduar em Física que começou a ter contato com o fenômeno da expansão da consciência e especializou-se em Terapia de Vidas Passadas (TVP), que pesquisa e pratica no Instituto de Pesquisas Físicas e da Consciência, em Paris. "Essas experiências me reconectaram a Deus." Quanto a frequentar uma igreja, ele diz: "Sim. Uma floresta, uma praia, o mundo todo é uma catedral." Em sua sétima visita ao Brasil, para dar workshops sobre vidas passadas e lançar seu quinto livro, O físico, o xamã e o místico (Editora Nova Era), ele deu esta entrevista.

ISTOÉ  O que é um xamã?

Patrick Druot – É uma pessoa investida de dons de profecia, dons de cura, de percepção a distância. Os xamãs dizem que os primeiros professores nos tempos antigos eram as plantas e os animais. Eles foram os primeiros líderes religiosos, os artistas, os médicos. Sua herança enorme influenciou, milênios mais tarde, as primeiras religiões organizadas. Cristianismo, budismo, taoísmo, tudo isso tem origem xamânica.

ISTOÉ – O que levou um físico como o sr. se interessar pelo tema?

Druot – Há 20 anos, comecei a me interessar pelo que se costuma chamar de estados alterados de consciência. Conhecia-se a atividade da superfície do cérebro, mas nunca explicaram como ele funcionava e o que o fazia funcionar. Durante muitos anos, me interessei pelo fenômeno da vida antes do nascimento e tentei entender onde essa memória estava gravada. A ciência não respondia a essas indagações, então comecei a estudar diversas tradições orientais: as escolas de ioga, o budismo e, como morei dez anos nos Estados Unidos, trabalhei e vivi com índios americanos. Conheci suas cerimônias e seus rituais de cura e me interessei pela origem desses estados de consciência. E aí foi preciso voltar mais de 20 mil anos, ao tempo dos primeiros xamãs. Foram eles, no período paleolítico superior, os primeiros a passarem para o outro lado e a explicar como era estruturado o mundo xamânico.

STOÉ – O xamanismo faz parte da história de todos os povos?

Druot – Sim. O termo xamã foi adotado pelos antropólogos para definir todos os representantes religiosos e seres particulares de todas as raças. O termo tem origem siberiana. Saman, quer dizer aquele que sabe, aquele que é. Na tradição xamânica mundial, os xamãs são aqueles que vêem o mundo como um composto de três mundos. Um físico, povoado pelos espíritos da natureza, um mundo subterrâneo e um terceiro, sublimado. Em todos os grupos, seja na Sibéria ou na Nova Zelândia, as tradições sempre batem: são três mundos ligados por um eixo central. A imagem varia. Pode ser uma corda, uma escada, uma montanha. O dom do xamã é viajar pelo intermundo, ao longo dessa corda que atravessa os três mundos.

ISTOÉ – Em seu livro, o sr. afirma que a ciência moderna ainda não distingue psicose de despertar xamânico. Por quê?

Druot – Há um psiquiatra inglês que diz que o sábio e o psicótico estão no mesmo oceano. Mas enquanto o sábio nada, o psicótico se afoga. Eles têm percepções idênticas, mas o psicótico não sabe ordenar o saber. Até o fim dos anos 50, a ciência pensava que o xamã era um esquizofrênico. Foi preciso que o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss afirmasse que eles sabiam exatamente o que os xamãs faziam e que havia uma lógica em seus rituais. Não eram selvagens porque moravam na floresta, era o mundo deles.

ISTOÉ – O que é a física xamânica?

Druot – Eu queria saber como o xamã viajava pelos três mundos, onde estão esses mundos. Em física, sabemos que o universo é feito de vibrações. Supus que o xamã era capaz não apenas de se projetar num mundo de vibração, mas de mudar essa vibração. Na física quântica, diz-se que tudo está ligado ao chamado tecido subjacente do universo. No mundo do xamanismo dizem que estamos todos ligados. Os celtas e os druidas viam o mundo como uma teia de aranha tridimensional. Se puxarmos um pedacinho aqui, toda a teia vibra. Em física quântica diz-se que o universo está ligado por cordas supersensíveis. Para mim, havia uma ligação entre o xamanismo e a física quântica porque ambos trabalham com vibrações, oscilações, sons. E os xamãs sabem disso. Foram os primeiros físicos da história.

ISTOÉ – Por que as tradições xamânicas são apenas orais?

Druot – Nossa cultura ocidental privilegia o lado esquerdo do cérebro, lógico, racional, ligado ao tempo linear. E também é ligado à palavra escrita. Esse tipo de tradição xamânica funciona principalmente no lado direito do cérebro, ligado à tradição oral. No Taiti, encontramos os sacerdotes maoris que conservam a tradição do povo. Eles são capazes de contar a história de 20 gerações de sua família. Levam-se de 30 ou 40 anos para aprender a tradição oral, mas nada é deformado. É o mesmo motivo pelo qual a maioria dos povos tradicionais não acredita em reencarnação. Eles não têm a mesma concepção de tempo, que não é linear para eles. Esses povos vivem o agora.

ISTOÉ – E o que o sr. acha?

Druot – Buda tem uma boa resposta. Ele disse que não se pode dizer que existe, mas também não se pode dizer que não existe. Conheço um número enorme de pessoas que tiveram experiências de vida anterior. Não podemos provar cientificamente, mas há muitas evidências. E o potencial terapêutico da regressão é impressionante. Muita gente passa por diversos médicos sem conseguir se curar e, com duas ou três sessões de regressão, descobrem-se os motivos da doença e ela passa. Funciona em cerca de 80% dos casos.

ISTOÉ – Ainda há muitos xamãs hoje?

Druot – Com o expansionismo branco, a partir do século XVI, essas culturas tradicionais foram proibidas e seus territórios foram tomados. Nos Estados Unidos, o xamanismo desapareceu quase totalmente. Nos anos 60, no entanto, os índios americanos começaram a resgatar antigos ensinamentos. Só em 1978 o presidente Jimmy Carter assinou o American Indian Religious Freedom Act (lei da liberdade religiosa indígena). Atualmente, muitos americanos com problemas psicológicos vão se tratar com os índios. Esses xamãs são inacessíveis, não falam facilmente. Encontrei um xamã maori na Polinésia que disse: "Vocês tiraram nossa língua e nossa cultura e nossos filhos não falam mais taitiano. Não vamos ensinar nossas tradições." É um trabalho muito lento. Levamos muitos anos. Só se você começa a pensar com o lado direito do cérebro, consegue se comunicar com eles.

ISTOÉ – É possível desenvolver o lado direito do cérebro?

Druot – Sim. Mas leva algum tempo. Porque o mundo ocidental faz parte de uma cultura do lado esquerdo, enquanto os povos tradicionais têm uma cultura do lado direito. O ideal não é usar apenas um dos lados, mas conseguir sincronizar os dois. Viver no mundo material, mas com uma percepção diferente. Dessa maneira, o mundo torna-se um teatro mágico. Quando o lado esquerdo pára de bloquear, pode-se ir ao mundo dos sonhos. O escritor mexicano Carlos Castañeda já contava em seus livros como aprendeu com um xamã mexicano a ir ao mundo dos sonhos e disse que é tão real quanto este aqui.

ISTOÉ – Como foi a sua experiência com o Santo Daime?

Druot – Não era o Santo Daime que me interessava, mas a ayahuasca (planta que produz um chá alucinógeno utilizado pela seita amazônica). Mas eu não tinha contatos diretos. Não se pode ir à floresta buscar a planta sozinho. Em 1994, meu antigo editor brasileiro fez um contato com Alex Polari, um dos líderes da seita em Céu do Mapiá. Tenho respeito pelos rituais, pela igreja, mas não participei. Disse desde o início que me interessava pela planta que, no princípio, era uma planta xamânica. Em abril de 1995, eu e minha mulher, Liliane, passamos duas semanas na floresta e fizemos muitas experiências sob o efeito da ayahuasca. O cérebro funciona de forma totalmente diferente. Tudo se abre. Você pode ver espíritos, as auras. Fizemos até contato telepático. Por três ou quatro minutos, soubemos exatamente o que o outro pensava. Sentia e via a Terra respirar, num movimento claro. Tudo se organizava em fractais.

ISTOÉ – De que serviu a experiência?

Druot – A ayahuasca é usada para propósitos religiosos, alguns usam para curar, tirar pessoas da dependência de drogas, álcool. Mas em minha opinião, é muito mais do que isso. Acho que ainda não se sabe usá-la para conhecer o outro e a si. Com ela, se poderia descobrir muito sobre as causas de doenças físicas e emocionais. Essa experiência provou o que estudei por 15 anos: só utilizamos uma parte mínima do cérebro. Não tomamos mais a planta, mas ainda temos algumas vibrações e percepções que vêm dela. Não vemos mais uma floresta como antes. Nosso contato com a terra foi modificado. Há uma percepção mais aguçada. Traz sentimentos de tolerância, de respeito e de amor.

ISTOÉ – É possível passar por este tipo de experiência sem a ayahuasca?

Druot – Talvez. Eu já tinha percepções desde 1985, estimulando uma visão vibracional. Há um campo magnético ou vibracional que circunda todas as coisas vivas, até nós mesmos. E tudo o que acontece com você está escrito neste campo. É uma técnica. Tem de ser feito com sons, sobretudo com tambores, que são os batimentos cardíacos do criador. Quando se está em sincronia com uma batida de tambores, é possível fazer a viagem. Passei por essas experiências com os índios do Canadá, nas ilhas do Pacífico, nos EUA. O uso de plantas é específico da América do Sul e Central, onde se usa o peiote.

ISTOÉ – A experiência é similar?

Druot – A ayahuasca é mais imediata ao abrir as portas psíquicas, as portas da percepção. É como se o cérebro se abrisse. Tecnicamente falando: normalmente, vemos o mundo através de nossos olhos. Mas não vemos como o cérebro vê. O olho é um instrumento de análise de frequência, como o ouvido. Isso só foi descoberto nos anos 60. Isso significa que vemos e escutamos através dos olhos, mas não é como o cérebro vê e escuta. Com a ayahuasca, você vê e escuta como o cérebro. É uma percepção holográfica do mundo. Porque o cérebro é um holograma. Ele se abre para você. Mas acho que não se pode tomá-la de qualquer jeito, é preciso uma boa orientação, alguém que te ajude a passar pelos vários estágios da ayahuasca. E também é preciso estar junto à natureza. Não acho cabível tomá-la num lugar fechado, por exemplo. O que acontece é que a planta abre todos os canais, as pessoas vêem cores, caleidoscópios e ficam felizes. Mas é muito mais do que isso.

ISTOÉ – Como o sr. se preparou para a experiência?

Druot – Antes de tomar a ayahuasca, estudei o trabalho de um etnofarmacobiologista da Finlândia, desenvolvido durante seis anos. Eu sabia que não havia efeitos colaterais nem risco de dependência.

ISTOÉ – O sr. sentiu medo?

Druot – Sim, porque nunca tinha tomado nada parecido na vida, nenhuma outra substância alucinógena. Não sabia exatamente o que esperar. Quando comecei a sentir os efeitos, me senti mais confortável, entendi o que a planta me ensinava.

ISTOÉ – O sr. acha que há hoje uma maior abertura do mundo ocidental para estes ensinamentos?

Druot – Sim. Em 15 anos, vendi um milhão dos meus cinco livros, e recebi cerca de 60 mil cartas. Acho que estes números podem ser tomados como uma prova de um interesse crescente. As pessoas querem saber quem são, qual o seu lugar no mundo. Não somos robôs, somos seres humanos. Entre muitos povos índios, o próprio nome do povo significa seres humanos, como os cheyenes americanos. No Havaí, os locais chamam os brancos de haoles, que significa os que são mortos por dentro. Eles dizem que não estamos vivos, porque não estamos conectados com os espíritos e a natureza.

ISTOÉ – A que o sr. atribui esse interesse?

Druot – No século XVII, houve dois gênios que criaram os fundamentos da ciência moderna: René Descartes e Isaac Newton. Eles começaram a explicar muitos fenômenos que não se explicavam antes, mas o problema de suas visões foi ver o ser humano como uma máquina, um relógio. Desprezaram a consciência e o espírito. A ciência se pulverizou. Olha-se apenas o corpo, não o espírito. Acho que o terceiro milênio trará a reunião de tudo. Os xamãs dizem que as doenças entram quando a pessoa está separada dela mesma e do mundo. Os índios navajos americanos têm um sistema médico que reconecta a pessoa a ela mesma e ao universo. Agora, há na Universidade de Medicina de Phoenix, no Arizona, um departamento intercultural com xamãs navajos e médicos americanos, que tentam entender como eles curam pessoas desenganadas de câncer, por exemplo.

Fonte: http://www.santodaime.org/arquivos/noticias/istoe99c.htm

terça-feira, novembro 15, 2011

Pontos de Reflexão do Caminho Vermelho Xamânico Tolteca da Vida

Sobre verdade e mentira na arte do conhecimento da vida:


A mente é solo fértil para conceitos, idéias e opiniões. Se alguém nos conta uma mentira e acreditamos nela, aquela mentira cria raízes em nossa mente. Ali pode crescer e se fortalecer, exatamente como uma árvore. Uma mentira pequena pode ser muito contagiosa e  espalhar suas sementes de uma pessoa a outra, quando a partilhamos com alguém.

O conhecimento penetra nossas mentes e reproduz ali uma estrutura que é tudo o que sabemos. Com todo esse conhecimento na cabeça, só percebemos aquilo em que acreditamos, só percebemos nosso próprio conhecimento. E o que conhecemos?Mentiras, principalmente mentiras.

No momento em que a árvore ganha vida em nossa mente, ouvimos o anjo caído falando muito alto. A voz nunca pára de julgar. Ela nos diz o que é certo e o que é errado, o que é belo e o que é feio. O contador de histórias nasce dentro de nossa cabeça e sobrevive ali porque o alimentamos com nossa fé.

O céu existe quando nossos olhos espirituais estão abertos, quando percebemos o mundo através dos olhos da verdade. Depois que as mentiras nos prendem a atenção, os olhos espirituais se fecham. Caímos do sonho do céu e começamos a viver o sonho do inferno.

O céu nos pertence porque somos filhos dele. A voz em nossa mente não nos pertence. Ao nascermos, não trazemos aquela voz. O pensamento vem depois de aprendermos – primeiro as mentiras. A voz do conhecimento surge quando acumulamos conhecimento.

Antes de engolirmos as mentiras que acompanham o conhecimento, vivemos na verdade. Só dizemos a verdade. Vivemos em amor, sem nenhum medo. Obtido o conhecimento, passamos a nos julgar inferiores; sentimos culpa, vergonha e necessidade de sermos punidos. Começamos a sonhar mentiras e nos separamos do Grande Espírito.

No momento em que nos separamos do Grande Pai começamos a buscar por Ele, pelo amor que acreditamos não possuir. Os humanos estão continuamente em busca de justiça, de beleza, de verdade – de nosso jeito de ser que precedeu à crença em mentiras. Buscamos nosso Eu Autêntico.

Há um conflito na mente humana entre a verdade e o que não é a verdade, entre a verdade e as mentiras. O resultado da crença na verdade é bondade, amor, felicidade. O resultado de acreditar em mentiras e defendê-las é injustiça e sofrimento – não só para a sociedade, mas também para o indivíduo.

Todo o drama dos seres humanos resulta da crença em mentiras, principalmente sobre eles próprios. A primeira mentira em que acreditamos é EU NÃO SOU: eu não sou do jeito que deveria ser, eu não sou perfeito. A verdade é que todo ser humano nasce perfeito porque só existe a perfeição.

Nós, seres humanos, não temos a menor idéia do que realmente somos, mas sabemos o que não somos. O ser humano cria uma imagem de perfeição, uma história sobre aquilo que ele deveria ser e começa a perseguir essa falsa imagem. A imagem é uma mentira, porém investimos nela nossa fé. Depois construímos toda uma infra-estrutura de mentiras para sustentá-la.

A fé é uma grande força no ser humano. Se investirmos nossa fé numa mentira, para nós ela se tornará verdade. Se não acreditarmos que somos suficientemente bons, então, seja feita a vossa vontade, não o seremos. Se acreditarmos que iremos falhar, então falharemos, porque nossa fé encerra semelhante poder e magia.

Como seres humanos, podemos perceber a verdade com nossos sentimentos, mas quando tentamos descrever a verdade só podemos contar uma história que distorceremos com nossa palavra. A história pode ser verdadeira para nós, mas isso não quer dizer que seja verdadeira para os outros.

Todos os seres humanos são contadores de histórias, cada um com seu ponto de vista exclusivo. Quando entendemos esse fato já não precisamos mais impor aos demais nossa própria história, nem defender aquilo em que acreditamos. Em vez disso, viramos artistas e, como tal, temos o direito de criar nossa própria arte.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Ensinamentos Toltecas


Os ensinamentos toltecas chegaram pela primeira vez para o público através de Carlos Castañeda. Os toltecas tradicionalmente, eram definidos por um grupo de pessoas (nativos) que alcançavam um nível refinado de iluminação espiritual.
Seguem abaixo alguns apontamentos do o livro "Além do Medo", escrito por Mary Carol Nelson, que, relata os ensinamento de Don Miguel Ruiz, um médico cirurgião mexicano que descende das tradições dos toltecas.
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O "nagual" é tudo aquilo que existe e não podemos perceber. O "tonal" é tudo o que podemos perceber com os sentidos comuns. O tonal e o nagual só podem existir por causa do "Intento".
Intento é a conexão que torna possível a transferência de energia entre o tonal e o nagual. Intento é a vida. É a eterna transformação. Intento é Deus. Deus é Espírito. Tudo o que existe no mundo é energia. O Tonal é o Sol com todos os planetas, luas, cometas, meteoritos, satélites. O nagual é a energia que vem deles.
O Planeta Terra também tem o tonal e o nagual. ele tem seu próprio metabolismo, seus órgãos. Entre os órgãos do planeta está o corpo humano, composto de todos os seres humanos juntos. Os seres humanos também tem tonal e nagual. As emoções são as energias que não percebemos, mas experimentamos com nossos sentidos. É tonal. O nagual é a energia que não podemos reconhecer com a razão. É o Deus dentro de nós.
Quando é dito que uma pessoa é nagual, é que a pessoa cria uma ligação direta entre o tonal e o nagual. O nagual consegue separar as emoções de ações. O nagual nasce com uma forte disposição e não é paralisado pelo medo. Qualquer um pode se tornar um nagual. Um nagual é a pessoa que tem a capacidade de ensinar e orientar outras pessoas para o espírito, convencendo-as que no interior de cada uma, existe uma força poderosa unindo a pessoa a Deus.
Essa é a força do Puro Intento. É aquele que orienta as pessoas a descobrirem quem realmente elas são, ajuda-as a descobrirem seu próprio espírito, sua própria liberdade, sua própria alegria, felicidade e amor.
Todos nós fomos educados pelo medo. é o resultado da domesticação da infância. o medo é a origem da realidade que percebemos ao nosso redor. O medo é a fonte da doença, da guerra, da alienação da alegria que é nosso direito hereditário.
As nossas emoções atraem atenção de seres de uma espécie semelhante, portanto devemos ser cuidadosos com o tipo de emoções que estamos transmitindo. Nós viemos de Deus. Nós somos de Deus. Uma vez que essa verdade seja aceita, podemos desistir do medo, da raiva de nós mesmos, da culpa, da inveja e do sofrimento. As dúvidas sobre nós mesmos destroem a nossa comunicação interior.
O livre arbítrio pode retira-lo da dor do passado e levá-lo na direção da liberdade pessoal. você se liberta de "possessões" e declara o direito de sonhar o seu próprio sonho. Um estado de comunhão é um estado de vibrar na mesma freqüência. em qualquer circunstância render-se é uma maneira de ser feliz.
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O inferno é o sonho combinado que todos os humanos compartilham. Cada indivíduo tem o sonho de uma realidade assim como cada família, cidade, estado, país e a humanidade como um todo. Todos nós contribuímos para o sonho que é caracterizado pelo medo. A Medicina convencional não é suficiente para curar a enfermidade do espírito que se difunde por este planeta. Uma cura definitiva significaria acordar do sonho, e com isso, livrar-se do inferno.
O inferno é um conceito encontrado em mais do que uma religião. O inferno é descrito como um lugar de sofrimento, medo, violência e injustiça, onde todas as pessoas punem todas as outras. O inferno é um estado mental humano, não está no corpo ou na alma. O inferno é a maneira que as pessoas sonham suas vidas.
Gosto de ver o inferno do lado de fora do sonho. A mente é feita de energia etérea. Nós sonhamos 24 horas por dia, quer o nosso cérebro esteja acordado ou adormecido. Geramos idéias que são de energia etérea. A mente cria imaginação, sonhos. O modo como sonhamos nos leva ao sofrimento e à dor emocional.
Sofremos devido à nossa interação com os outros humanos. em nossas interações estamos constantemente julgando para entender. Devido à falta de comunicação é que se cria o caos entre as pessoas, a nossa interpretação da interação humana leva ao sonho do inferno. A maioria dos relacionamentos é estragada pela necessidade de controlar um ao outro. ao formar os seus relacionamentos, você teve uma escolha entre milhares de pessoas. Quando você escolhe uma pessoa para amar, precisa selecionar alguém que seja a pessoa certa. Você precisa de um parceiro que o aceite como você é, porque você vai permanecer como é. Se você deseja modificar alguém, sem se modificar, é melhor procurar por outra pessoa, caso contrário estará criando seu próprio pesadelo.
O inferno é uma doença da mente da humanidade.O mundo inteiro é um hospital. Cada humano se torna um demônio para o resto dos humanos e os mantém no inferno. cada vez que nos lembrarmos dos erros de nosso companheiro, nós o fazemos pagar novamente. Usamos chantagem emocional.
Usamos a culpa e a acusação para controlarmos as pessoas que amamos. Fazemos promessas, acreditamos que nossa opinião é a mais importante. A culpa é uma emoção inventada pelo homem para nos fazer sofrer por alguma coisa que realmente queremos fazer. Quão ridículo é sofrermos por algo que queremos.
O inferno só existe na mente humana. É uma ilusão baseada no medo. no inferno, só há injustiças. o inferno é experimentado como o veneno emocional da raiva, da inveja e da cobiça. Nem seu corpo, nem sua alma têm um inferno. Eles reagem ao que está na mente. Se você tem olhos de raiva ou tristeza, isto irá distorcer sua visão. Olhos de amor tornam tudo mais bonito. Os nossos olhos são. os nossos olhos são dominados pelo modo como julgamos.
A ilha do inferno, fica no oceano do inferno. Este oceano contém todos os medos do desconhecido, e, os nossos medos são o nosso sonho do inferno. O nosso sonho forma os filmes interiores que carregamos conosco para todos os lugares. Somos o produtor, o diretor e o protagonista nesses filmes carregados de medo. Na ilha do inferno, temos ilusão de que estamos seguros. É um lugar na mente onde acumulamos tudo o que nos pertence. Pensamos : "Esta é a minha família, a minha casa, o meu dinheiro, o meu carro, a minha carreira, as minhas realizações, e nos sentimos mais seguros na medida em que tornamos essa ilha cada vez maior, com mais e mais apegos ao que é nosso. Porém a ilha é regida por um medo de perder qualquer coisa que acalentamos.
Invejamos as ilhas dos outros, sem compreendermos que eles estão presos no inferno de suas zonas de segurança. cada um de nós está preso pelas ilusões que acumulamos em nossas ilhas. Só existe uma maneira de escapar da ilha do inferno e alcançar o "Templo do Céu".
Esse Templo fica na saída do inferno. No caminho de caída a temos que atravessar a avenida dos mortos, onde o mal também existe. Lá estão situados pequenos templos em todos os lados de uma praça, circundando o Templo do Céu.
São nesses pequenos templos que habitam os guardiões que contém o mal gerado por nosso pesadelos. A primeira tarefa ao longo da avenida dos mortos é privar-se o máximo possível de julgar e exorcizar a vítima de sua mente.
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Você pode mudar o filme interior porque você é o diretor, roteirista e ator, e tem todo o poder para mudar a história em que está vivendo. Desapegar-se e enfrentar o medo exige um ato de coragem. isso é verdadeiro em todas as tradições do mundo. Para atingirmos a beatitude, precisamos nos entregar, bem como as ilusões do que pensamos que somos, ao Anjo da Morte.
Nossas ilusões fazem o nosso inferno. O inferno é o local dos fantasmas. os fantasmas têm a sensação de estarem vivos. viver no inferno é ser um fantasma.
Paradoxalmente precisamos morrer (morte simbólica) para a nossa vida anterior para escaparmos do inferno. Morrer (em vida) nos leva à claridade. Iremos reconhecer que àquilo que acreditamos ser real era uma ilusão.
O regente do inferno é o medo. um dos grandes demônios do inferno é o "juiz"e o outro é a "vítima". Porém, o maior demônio é nosso sistema de crença que rege o modo como sonhamos. Encontramo-nos na Ilha do Inferno porque temos medo de abrir mão de nossos apegos. O verdadeiro significado de todo o altar é sugerir uma rota para Deus.
Os medos da mente de um humano tornam-se maiores quando são projetados exteriormente. a nossa comunidade é uma sociedade do medo, da injustiça e da punição.
Os nossos adolescentes estão se matando uns aos outros, e encontramos crimes e ódio em todas as partes do mundo. Até mesmo o nosso entretenimento está crivado de violência.
O Céu é exatamente o oposto do inferno. É um lugar de amor, paz e compreensão, sem nenhum juiz ou vítima. No céu há uma clareza.
Você sabe quem é. Não culpa a si mesmo e nem as outras pessoas. Não precisamos esperar até a morte para irmos para o Céu, porém precisamos chegar lá antes de morrermos.
É muito mais fácil sairmos do sonho do inferno enquanto estamos vivos do que depois que estivermos mortos.