sexta-feira, dezembro 18, 2009

PAPAI NOEL E O XAMANISMO
O Natal sempre marca o solstício de inverno no hemisfério norte. É nesse período que os xamãs, até hoje, realizam rituais de passagem para um novo ciclo anual.

Muitos povos xamânicos também comemoravam a cerimônia da árvore, representando a "Árvore do Mundo". Será por isso que levamos uma para dentro de nossas casas e a enfeitamos?
Partimos da crença de que a lenda do Papai Noel nasceu na Sibéria. Existia uma tribo na antiga Sibéria chamada O Povo das Renas.

As renas eram para os siberianos o que o búfalo representa para os nativos americanos; eram também consideradas a manifestação do Grande Espírito Rena, invocado pelos xamãs para resolver os problemas do povo. Nas suas jornadas xamânicas, ele viajava, em transe, em um trenó de renas voadoras.

Existe na Sibéria um enteógeno poderoso chamado Amanita muscária, um cogumelo vermelho com manchas brancas. É o sacramento de seus trabalhos espirituais. A Amanita muscária é um cogumelo enteógeno, que proporciona visões e introvisões de profundo significado. Esse cogumelo contém elementos que permanecem intactos em sua passagem pelo organismo, por isso os xamãs siberianos guardavam e consumiam a própria urina para ser bebida no inverno, quando não havia o cogumelo.

Não eram só os xamãs que usavam amanita, as renas também comiam. Eles até conseguiam atrair renas com a urina, que chegavam a brigar para tomá-la e as laçavam enquanto bebiam.

Alguns caçadores davam pedaços de amanita para as renas para aumentar a sua força e resistência física, e assim suportarem melhor as longas distâncias. Se as renas fossem abatidas por alguém nesse momento, quando estavam na manifestação do enteógeno, os efeitos do amanita passariam para quem comesse a sua carne.

Caçadores, ao se alimentarem de renas que haviam ingerido amanita, tiveram uma visão coletiva de um homem vestido de vermelho e branco (cor do cogumelo), um xamã que levava presentes para a população.

Eles viram o xamã voando em um trenó de renas.

Daí, conta-se que Papai Noel foi uma visão de homens que se alimentaram das renas que consumiram amanita.

A roupa do Papai Noel, por sinal, é de origem lapônica.

Tradicionalmente, os xamãs siberianos eram conduzidos em suas viagens extáticas (jornadas xamânicas) aos mundos profundos (transe) por um trenó de renas. Isso explica a origem de Papai Noel viajando por um trenó de renas. Os habitantes sentiam que os xamãs sempre lhe traziam presentes espirituais. Além disso, a fumaça do fogo onde faziam seu trabalhos saía por uma abertura nas casas (chaminés ), e era por ali que entravam e saiam os espíritos, o que também explica a origem de Papai Noel entrando pela chaminé.

O que quero dizer, na verdade, é que nosso doce e querido Papai Noel nasceu na Sibéria e tem sua origem no xamanismo. O que acham ? Coincidência?

Uma lenda siberiana

Uma lenda do koryak (Sibéria) conta que o herói da cultura, Grande Corvo, numa passagem , ele capturou uma baleia, que estava à sua frente, e queria soltá-la para traz no mar, mas era incapaz de devolvê-lo ao mar por ser tão pesado.

O deus Vahiyinin (existência) disse-lhe que deveria comer espíritos do wapaq para ter a força. Vahiyinin cuspiu em cima da terra e as plantas brancas pequenas - os espíritos do wapaq - apareceram: tinham chapéus vermelhos, e o cuspe de Vahiyinin congelado como os flocos brancos de neve. Ao comer o wapaq, Grande Corvo tornou-se excepcionalmente forte e conseguiu atirá-la ao mar.

A partir daí o cogumelo crescerá para sempre na Terra, e os povos podem aprender o que ele ensina. Wapaq é a mosca Agarica, um presente diretamente de Vahiyinin - plantas dos deuses.

Nas biografias legendárias de alguns adeptos do budismo, há alguns indícios que podem ser interpretados para revelar que eles consumiam o cogumelo Amanita muscaria para conseguir a iluminação.

Eles mantinham o voto de manter o segredo dessas práticas, tanto que sua identidade foi escondida atrás de um jogo de símbolos.

Alguns pesquisadores acreditam que ele é o soma, dos Vedas (a mais antiga literatura sagrada da humanidade).

Soma era mais do que uma bebida, e seu sumo expressa um deus. Sugere-se o deus Agni, deus do fogo. O soma é simbolizado pelo touro, o símbolo do rig veda (hino aos deuses) da força.

Nas pesquisas, o uso do amanita aparece também em tradições da Ásia do Norte e do Sul, nas tradições germânicas ligadas a Odhin, em usos xamânicos mais adiantados nas florestas da Eurásia do Norte. Visto também, por muitos anos, no distrito de Kanto, no Japão; no Norte da Europa; Índia; e na América Central por muitos anos.

Também identificado como o Haoma, dos Persas. Esses cogumelos sagrados foram utilizados por xamãs para a cura espiritual; era a entrada para incorporar o reino dos deuses.

O cogumelo sagrado Amanita Muscaria, segundo alguns pesquisadores, é o mesmo citado por Lewis Carroll em "Alice no País das Maravilhas" Teria Lewis ingerido o enteógeno para escrever seu livro ?

Relata-se também efeitos analgésicos significativos, para curar males da garganta, feridas cancerígenas, artrites.

O amanita contém os princípios ativos muscazon, ácido ibotênico, muscimelk e bufoteína. Os efeitos começam entre 20 e 30 minutos após a ingestão e duram de 6 a 8 horas.

Geralmente, o usuário experimenta visões semelhantes aos sonhos.

O Amanita muscaria, em suma, é um dos cogumelos mais bonitos, com um encanto misterioso.


Nota: (Observação dos coordenadores do site: O Amanita Muscaria é um cogumelo que exige muito cuidado no preparo, no uso, pois é tóxico, podendo causar a morte. Nosso interesse aqui é a pesquisa teórica de seu uso na medicina ancestral e tradicional dos povos. Evite o uso de substâncias ou plantas de poder proscritas e sem um especialista autorizado e responsável.)

Artigo de Léo Artese, publicado em www.terramistica.com.br

sexta-feira, dezembro 11, 2009

ALGUNS FATOS QUE MERECEM REGISTRO*
Pau Brasil
A historia da biopirataria na Amazônia começou logo depois da "descoberta" pelos portugueses em 1500, quando os mesmos roubaram dos povos indígenas da região o segredo de como extrair um pigmento vermelho do pau-brasil. Hoje, a flora e a fauna do Brasil continuam desaparecendo e a madeira que deu ao Brasil seu nome, está sendo preservada apenas em alguns jardins botânicos.

Seringa
Provavelmente o caso mais infame é o do inglês Henry Wickham, que levou em 1876 sementes da árvore da seringueira - uns dizem que as sementes foram escondidas entre folhas de bananeira - rumo a uma nova plantação de Hevea brasiliensis nas colônias Britânicas na Malásia. Após algumas décadas a Malásia tornou-se o principal exportador de látex, arruinando a economia da Amazônia que era baseada principalmente na exploração da borracha. Nesse episódio histórico, Wickham foi armado cavaleiro pelo rei da Inglaterra, George V, porém, foi considerado maldito pelos seringueiros brasileiros que o chamaram "o Executor da Amazônia".

Andiroba
Comercializada na forma de sabonetes medicinais. Seu óleo serve para combater contusões, inchaço nas juntas. Também é usada na fabricação de velas repelentes de insetos, especialmente os mosquitos do gênero Anopheles, transmissores de malária. A Rocher Yves Vegetale registrou nos EUA, Europa e Japão a patente sobre a produção de cosméticos ou remédios que usem o seu extrato.

Ayahuasca
Cipó alucinógeno usado há quatro séculos em cerimônias religiosas de 300 tribos indígenas e em rituais do Santo Daime. Foi patenteado pela empresa americana International Plant Medicine Corp. Posteriormente, a patente foi cancelada. As pesquisas avançam para utilizar o cipó no combate ao câncer.

Bubiri
Suas sementes são usadas há séculos pelos índios wapixana, de Roraima, como anticoncepcional. O laboratório canadense Biolink patenteou o princípio ativo e desenvolve pesquisa com a substância para tratar a Aids.

Copaíba
É uma essência medicinal. O óleo é utilizado como matéria-prima para vernizes, tintas, fixador de perfumes, fabricação de papel. É um excelente anti-inflamatório e cicatrizante. Sua patente foi registrada no Japão.

Crotão
Suas substâncias deram origem a dois medicamentos: Provir e Virend. O primeiro serve contra a diarréia, e o segundo contra o herpes genital, doença que aflige mais de 30 milhões de norte-americanos. Pesquisas ainda em fase de testes apontam para o tratamento da Aids.

Cumaniol
Veneno usado pelos índios da Amazônia na pesca, foi patenteado pelo laboratório Biolink. A substância é um poderoso anestésico e pode ser usado para cirurgia delicadas no coração.

Curare
Mistura de ervas guardada em sigilo pelos índios e usada na ponta das flechas como veneno para imobilizar a presa. Foi patenteado pelos EUA na década de 40 e é usado na produção de relaxante muscular e anestésico cirúrgico.

Jaborandi
Já transformado em remédio - Salegen - pelo laboratório alemão Merk, a planta é o antídoto contra a xerostoma (dificuldade de salivar). Pesquisas do mesmo laboratório, baseadas na cultura indígena e dos caboclos, estão produzindo um remédio contra a calvície.

Jararaca
Pesquisador brasileiro descobriu no veneno da cobra uma substância para controlar a hipertensão. O laboratório Bristol Myers-Squibb financiou a pesquisa e registrou o princípio ativo contra pressão alta, um mercado de US$ 2,5 bilhões. O Brasil paga royalties, como o resto do mundo.

Jenipapo
Usado largamente na indústria de cosméticos. A indústria Aveda Corporation indenizou os índios guarani-kaiowa pela propriedade intelectual.

Quebra-pedra
Usada pelos índios para tratar problemas hepáticos e renais, foi patenteada por uma empresa americana para a fabricação de medicamento para hepatite B.

Sapo-tricolor
O sapo que vive nas árvores da Amazônia possui uma toxina analgésica 200 vezes mais potente do que a morfina. O laboratório americano Abbott sintetizou a substância e vende a droga.

Jararaca-ilhoa
A cobra, que só existe na ilha da Queimada Grande, no litoral Sul de São Paulo, é considerada exótica e desperta interesse em colecionadores do mundo todo pela sua beleza e pelo poder de seu veneno, muito mais letal do que o das outras espécies de jararaca. Há dois anos, alguns exemplares da serpente foram encontrados à venda num mercado de animais em Amsterdã.

O caso do curare merece uma explicação mais detalhada:
O conhecido Curare é uma mistura de várias espécies de plantas que ocorrem na Amazônia. Estas plantas são fervidas, todas juntas, durante três dias, resultando num xarope ou numa massa. São usados cerca de 40 tipos de curare na Amazônia e há a necessidade, às vezes, da substituição de algumas das plantas, pois nem todas crescem no mesmo local.

Usado nas pontas de flechas pelos índios, o curare serve para paralisar a caça ou matar seus inimigos. Causa paralisia dos músculos interferindo na transmissão de impulsos nervosos entre a ação do nervo e o mecanismo da contração muscular, provocando morte por asfixia. Com o auxílio de respiração artificial, a vítima pode se recuperar sem lesões. Os povos indígenas também usam o curare como anti-séptico, diurético, antifebril, e até como tônico.

O conhecimento tradicional sobre essas misturas de ervas foi guardado em sigilo pelos índios durante séculos. Alexander von Humboldt foi o primeiro Europeu, em 1800, a testemunhar e descrever como os ingredientes eram preparados. Mas o curare começaria a ser utilizado como um anestésico apenas em 1942, poucos anos depois que seu ingrediente ativo, o d-tubocurarine foi isolado.

Os princípios ativos mais comuns são os alcalóides curarine e tubocurarine, que se encontram hoje no mercado sob os nomes de Tubarine, Metubine Iodine, Tubadil, Mecostrin e Vectracurium, produzido pela Wellcome, e o Vecuronium, produzido pela Organon. As empresas Wellcome, Abbot e Lilly (EUA) detêm patentes de relaxantes musculares e anestésico cirúrgico com base no curare. Nesse caso também não há repartição de benefícios pelo acesso e uso desse conhecimento tradicional associado à biodiversidade

*Este é só um “pequeno recorte” do quanto à cultura nativa foi “usurpada” em seus conhecimentos e, no que apresenta o texto, somente os Kaiowa-Guarani foram indenizados.
Interessante que essa mesma cultura que se beneficia com esta fonte-natural, é a mesma que os estigmatizam e marginalizam, inclusive na hora de “pagar o pato” pelos erros deste mesmo sistema que vicia e entorpece a sociedade.
Salve nossos nativos americanos, nossos índios e Caboclos!
[comentado por Hugo Acauã]

Texto encaminhado pela amiga Marilene Rodrigues em 11/12/2009

quarta-feira, dezembro 09, 2009

O QUE É 2012? O QUE VAI ACONTECER NESTE ANO?
Veja aqui várias teorias, desde científicas até espiritualistas e místicas
(atualizado em 06/09/2009)


Conforme o ano de 2012 se aproxima, cientistas, religiosos e místicos do mundo inteiro correm atrás de pistas deixadas por civilizações e profetas do passado explicando como será o fim dos tempos. Em diversas culturas ancestrais o ano de 2012 é marcado nos calendários como o 'Armagedom', o 'apocalipse', o 'fim do mundo', 'o juízo final', 'o fim de um ciclo' e, nos mais otimistas, 'o ano em que esta era terminará e outra, melhor, será iniciada'. Maias, Egípcios, Celtas, Hopis, Nostradamus e diversos profetas, Chineses e Budistas, WebBots, Cientistas e Religiosos das mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos pode estar com os dias contados.

Veja a seguir algumas teorias do que poderá ocorrer em 2012, antes ou depois. Algumas teorias possuem base científica, outras são espiritualistas e místicas. Recomenda-se bom senso na leitura.

Segundo a cosmologia Maia, o Planeta Terra possui 5 grandes ciclos ou eras, cada um com cerca de 5.125 anos. Para eles, 4 já passaram. "Os 4 ciclos anteriores terminaram em destruição. A profecia maia do juízo final refere-se ao último dia do 5º ciclo, ou seja, 21 de dezembro de 2012." diz Steven Alten. O quinto e atual ciclo também terminará em destruição? O que irá desencadeá-la? A resposta pode estar em um raro fenômeno cósmico que os maias previram a mais de 2.000 anos. "A profecia maia para 2012 baseia-se em um alinhamento astronômico. Em dezembro de 2012, o sol do solstício vai se alinhar com o centro de nossa galáxia. É um raro alinhamento cósmico. Acontece uma vez a cada 26.000 anos" diz John Major Jenkins, autor do livro Maya Cosmogenese 2012.

A cada 26.000 anos o sol se alinha com o centro da Via Láctea. Ao mesmo tempo ocorre outro raro fenômeno astrológico, uma mudança do eixo da terra em relação a esfera celeste. O fenômeno se chama Precessão. A data exata disto tudo é 21 de dezembro de 2012. "A Terra oscila lentamente sobre seu eixo mudando nossa orientação angular em relação a galáxia. Uma precessão completa leva 26.000 anos." diz John Major Jenkins.

Mas o que de fato acontecerá na fatídica data de 21 de dezembro de 2012? Para muitos será o dia da aniquilação da raça humana devido a uma inversão dos pólos da Terra. Como isso seria possível? Devido a distúrbios nos campos magnéticos do Sol que, gerando colossais tormentas solares, afetarão a polaridade de todo o nosso planeta. Resultado: o campo magnético terrestre se inverterá imediatamente, com conseqüências catastróficas para a humanidade. Violentos terremotos demolirão todos os edifícios, alimentando tsunamis colossais e atividade vulcânica intensa. Na verdade, a crosta terrestre deslizará, arremessando continentes a milhares de quilômetros de sua localização atual.

Até já estão sendo desenvolvidos novos mapas da geografia terrestres após as alterações físicas que supostamente ocorrerão. Especula-se que a Europa e a América do Norte sofrerão um deslocamento de milhares de quilômetros em direção ao Norte, e seu clima se tornará polar.
Para a surpresa de muitos, em 2008 apareceu um Crop Circle (círculos nas plantações) indicando a formação planetária em 2012 e talvez querendo nos alertar para algo que ocorrerá em 21/12/2012.

Outros falam que grandes cataclismos serão gerados devido a passagem de um astro/cometa/planeta perto da Terra. Seria o “abominável da desolação” de Jesus, a “abominação desoladora” do profeta Daniel, a “grande estrela ardente com um facho, chamada Absinto” do Apocalipse de João, a “grande estrela“, “o grande rei do terror“, “o monstro” ou “o novo corpo celeste” de Nostradamus, o “astro Intruso” ou “planeta higienizador” de Ramatis, o “planeta chupão” citado por Chico Xavier, ou o “Planeta X” procurado pelos astrônomos, ou o “12º planeta” de Zecharia Sitchin, ou o “Nibiru/ Marduk” dos Sumérios, ou ainda o “Hercólubus” da turma da Gnose.

A edição 148 da Revista UFO, de dezembro de 2008, veiculou extenso artigo sobre o suposto astro Nibiru, intitulado Nibiru: Perigo Iminente, do professor universitário e autor Salvatore De Salvo, consultor da UFO, defendendo sua existência e a iminência de um desastre na Terra quando de sua passagem, esperada para 2012. Embora esta visão catastrófica tenha sido contestada pelo Ufólogo Marco Antonio Petit na edição 151 da Revista UFO, de março de 2009, Salvatore voltou a ratificar o alerta sobre a aproximação de Nibiru num artigo publicado pelo site da Revista Ufo em abril de 2009. No programa Fantástico da Rede Globo de 1 de março de 2009 o tema 2012 e Nibiru foi abordado muito rapidamente. Como se poderia esperar de uma emissóra de TV aberta e destinada a grande massa (povão) infelizmente o tema foi tratado com deboche e visto como um "Hoax" (boato fraudulento), sem que tenha havido qualquer investigação aprofundada por parte da emissora (o site porque2012.com apareceu rapidamente nesta reportagem).

A ideia de um planeta gigante e desconhecido passar perto da Terra ou até mesmo chocar-se pode parecer absurda, mas a ciência indica que temos com o que nos preocupar. Estamos falando de asteróides. Um asteroide (2003 QQ47) de pouco mais de um quilômetro de diâmetro estaria a caminho da Terra e poderia colidir com o planeta em 21 de março de 2014, segundo astrônomos da agência britânica responsável pelo monitoramento de objetos potencialmente perigosos para o planeta. Outro risco seria o asteróide VD17 2004 descoberto em 27 de novembro de 2004, que possui aproximadamente 500 metros de comprimento e um bilhão de toneladas. A Nasa declarou que o VD17 2004 poderia colidir com a Terra no início do próximo século, e com o impacto causaria a liberação de 10 mil megatons de energia (o equivalente à explosão de todas as armas nucleares existentes no planeta) causando a destruição em massa do planeta. O 2004 VD17 é o asteróide com as maiores chances de entrar em colisão com a Terra. As chances de uma colisão com a Terra, em 4 de maio de 2102, foram avaliadas na ocasião como uma possibilidade de uma em 3.000.Novas observações e cálculos complementares aumentaram o risco a "pouco menos de um por 1.000". Outro asteróide que põe medo nos cientistas é o chamado Apophis. Este asteróide tem grande possibilidade de entrar em rota de colisão com a Terra em 2036. Recentemente a Nasa disse que não tem condições de detectar e destruir asteróides.

Para os cientistas da NASA a data de 2012 será marcada por violentas tormentas solares e pelo degelo total do Pólo Norte. Para os governos e a ONU algo terrível está para ocorrer com nosso planeta, por isso foi inaugurado no início de 2008 o “cofre do fim do mundo” que visa abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício. Na 14ª Conferência das Nações Unidas sobre a mudança climática, no início de dezembro de 2008, o ministro polonês do Meio Ambiente, Maciej Nowicki, considerou que a “humanidade com seu comportamento já empurrou o sistema do planeta Terra a seus limites”. “Continuar assim provocaria ameaças de uma intensidade jamais vista: enormes secas e inundações, ciclones devastadores, pandemia de doenças tropicais e até conflitos armados e migrações sem precedentes”, lançou, pedindo aos negociadores que não “cedam a interesses particulares obscuros neste momento em que devemos modificar a direção perigosa que a humanidade tomou”. Veja aqui a notícia completa. Críticas à comunidade financeira internacional dominaram o discurso do presidente da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em junho de 2009, Miguel d"Escoto, na abertura da conferência sobre a crise mundial disse: 'Devemos evitar que a crise (financeira) se transforme em tragédia humanitária, e os humanos acabem como os dinossauros.'. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou, na terceira Conferência da ONU sobre o Clima que, segundo ele, o aquecimento global está colocando o mundo num abismo. "Estamos pisando fundo no acelerador e caminhamos para o abismo", denunciou Ban.

A Revista Science publicou um artigo em 26-junho de 2009 informando que os cientistas são unânimes em dizer que não estamos preparados para a próxima máxima solar que acontecerá entre 2012 e 2013. Uma grande tempestade solar poderá trazer consequências assustadoras para a humanidade.Danos à rede de força e sistemas de comunicação poderão ser catastróficos, falam os cientistas, com efeitos que podem levar ao descontrole governamental da situação. As previsões são baseadas em uma grande tempestade solar de 1859 que fez com que os fios dos telégrafos entrassem em curto nos EUA e Europa, levando a grandes incêndios. Possivelmente foi a pior em 200 anos, de acordo com um novo estudo. Com o advento das redes de energia, comunicação e satélites atuais temos muito mais em risco.“Uma repetição contemporânea do evento [de 1859] causaria distúrbios sócio-econômicos significativamente mais extensos”, concluíram os pesquisadores. A cada 11 anos, quando o sol entra na sua fase mais ativa, ele pode enviar tempestades magnéticas poderosas que desligam satélites, ameaçam a segurança dos astronautas e até interrompem sistemas de comunicação na Terra. Um artigo do canal americano FOXNEWS disse: "Uma brutal tempestadade solar poderia 'apagar' os EUA por meses". Para piorar a situação, cientistas da NASA informaram em 2003 que foram descobertos "buracos" no campo magnético da Terra, o que pode indicar que nosso escudo protetor contra as tempestades solares não suportará a máxima solar que vai ocorrer por volta de 2012.

Para os WebBots algo devastador vai ocorrer em 2012. Segundo seus idealizadores, os WebBots parecem indicar algum evento ligado a descarga de plasma que poderá atingir nosso Planeta por volta de 2012. Isso poderia sugerir uma explosão de raios gama. Especula-se também que será por volta de 2012 que o mega vulcão de Yellowstone entrará em erupção e destruirá metade dos EUA, além de afetar drasticamente o clima de todo o Planeta. O 'Código da Bíblia' parece indicar que o fim dos tempos chegou após o atentado de 11 de setembro de 2001 e poderia culminar com a queda de um asteróide ou guerra atômica. Já para o Timewave Zero a data de 21 de dezembro de 2012 marca o equilíbrio, o fim dos velhos paradigmas, o novo começo, onde nada será mais como era anteriormente.

Para alguns monges tibetanos a data de 2012 marcará o "fim dos dias", podendo ocorrer uma guerra atômica por volta deste ano. Ainda segundo este monges, o mundo não será totalmente destruído, já que haverá uma intervenção extraterrestre.

A data de 21 de dezembro de 2012 é também a data mágica para os índios Hopis do Arizona. "A Profecia Hopi é uma tradição oral de histórias que, no dizer dos índios, previram a chegada do homem branco, as guerras mundiais e as armas nucleares. Eles prevêem também que o tempo acabará quando a humanidade passar para o 'quinto mundo'", relata Richard Boylan em Earth Mother Crying: Journal of Prophecies of Native Peoples Worldwide. Os Hopis escondem ciosamente suas profecias do público em geral, a ponto de às vezes processarem aqueles que as divulgam. No entanto, sabe-se que o Calendário Hopi combina basicamente com o dos maias: ambos marcam o começo do Quinto Mundo, ou Idade, para 21/12/2012.

Algumas fontes sugerem que estamos atualmente nos aproximando do final do Kali Yuga (Idade do Ferro) que, segundo a tradição Hindu, é a última e mais negativa das quatro eras evolucionárias do grande ciclo manvantárico. Existiu uma Idade de Ouro (Satya Yuga), mas à medida que o tempo avançou, o planeta entrou numa espiral descendente negativa e a qualidade de vida em cada Yuga (Idade ou Era) tornou-se gradualmente removida do conhecimento da verdade e da lei natural. O Kali Yuga é caracterizado pela intoxicação, prostituição, matança de animais, destruição da natureza e pelo vício do jogo. Esta é a era onde a gratificação dos sentidos é a meta da existência, onde se acredita somente no que se vê, onde não existe misericórdia e onde Deus se tornou um mito. Existem guerras, o vício e a ignorância são dominantes e a verdadeira virtude é praticamente inexistente. Os líderes que governam a Terra são violentos e corruptos e o mundo tornou-se completamente pervertido. Segundo os preceitos do hinduísmo, Kalki, o 10º e final avatar de Vishnu, virá montado num cavalo branco, manuseando uma espada flamejante com a qual irá derrotar o mal e restaurar o dharma, dando início a um novo ciclo, uma nova Idade de Ouro ou Satya Yuga. No “Brahma-Vaivarta Purana”, que é um texto religioso Hindu, o senhor Krishna diz a Ganga Devi que uma nova Idade de Ouro irá começar 5 000 anos depois do início do Kali Yuga e que esta durará 10 000 anos. Esta previsão da chegada de um novo mundo é também profetizada pelos maias. O calendário maia começou com o 5º Grande Ciclo em 3113 a.C. e terminará em 21 de Dezembro de 2012. O Kali Yuga Hindu começou em 18 de Fevereiro de 3102 a.C. Só existe uma diferença de 11 anos entre o começo do Kali Yuga e o começo do 5º Grande Ciclo dos maias. Os antigos Hindus utilizaram principalmente calendários lunares, mas também calendários solares. Se o calendário lunar normal equivale a 354,36 dias por ano, então seriam 5270 anos lunares desde que começou o Kali Yuga até à data de 21 Dezembro de 2012. São cerca de 5113 anos solares de 365,24 dias por ano desde o início do Kali Yuga até ao Solstício de Inverno de 2012. Desta forma, o calendário Maia parece corroborar o calendário Hindu. Quer por anos solares ou lunares, de acordo com as antigas escrituras Hindus, parece ter chegado o tempo da profecia de Krishna se realizar. Uma idade de ouro pode assim começar em 2012. É impressionante porque ambos os calendários começam mais ou menos ao mesmo tempo, há cerca de 5000 anos atrás e ambos prevêem um novo mundo totalmente diferente, uma Idade de Ouro que se iniciará cerca de 5000 anos depois do começo dos mesmos. E não deixa de ser espantoso porque, historicamente, estas duas culturas antigas não tiveram nenhum tipo de contato. Mais uma vez parece existir alguma verdade por detrás disto.

Para Howard Menger, famoso contatado por seres extraterrestres dos anos 50, os et's teriam lhe contado que retornariam à Terra em 2012. Curiosamente o sacerdote Maia Chilam Balam diz o mesmo. Segundo ele, o fim deste katum, que terminará em 2012, será marcado pelo retorno da divindade Suprema à Terra, anunciando uma nova era, nas relações humanas. O Livro Sagrado Maia do CHILAM BALAM, diz: "Ao final do último Katun (1992-2012) haverá um tempo em que estarão imersos na escuridão, mas logo virão os homens do Sol trazendo o sinal futuro. Despertará a Terra pelo norte e o poente, o ITZA despertará". Podemos ver que esta profecia Maia é compatível com os religiosos que aguardam pela volta do messias ou pelos estudiosos dos discos voadores que esperam o grande contato extraterrestre. Todos falam que este evento ocorrerá o mais breve possível.

Os espiritualistas esperam pelo “Juízo Final”, a separação espiritual do “joio e do trigo”, que se dará com a chegada de Jesus Cristo (ou numa visão mais moderna dos extraterrestres) e colapso total da civilização humana baseada no materialismo/egoísmo (fim do sistema econômico) e início de uma nova civilização voltada ao espiritualismo, amor e fraternidade. Nesta mesma linha de “juízo final”, outros falam que a chegada dos extraterrestres se dará após um cataclismo provocado pela passagem do “segundo sol” (como já falamos anteriormente).

Estudiosos do Calendário Maia como o espiritualista Fernando Malkun também defendem a teoria que a data será marcada por uma mudança de consciência: o fim do medo.

Não podemos esquecer que na visão espiritualista do “fim do mundo”, o lado material (catástrofes, fim do dinheiro, materialismo, consumismo, etc) é colocado em segundo plano. Não que isso não acontecerá. Eles falam que sim, mas o que vai separar um mundo do outro é uma mudança consciencial: a consciência egoísta e individualista “sou ser humano, pertenço ao planeta Terra” morrerá e nascerá a consciência universalista “sou a encarnação de um espírito, pertenço ao Universo”. Lembrando que para os espíritas e muitos espiritualistas os reprovados no “juízo final”, ou seja, aqueles que não mudarem a consciência frente as últimas “provas”, serão exilados no Nibiru/ Planet X e terão que recomeçar do zero todo o processo de reencarnação, enquanto que os aprovados para a nova Terra vão estar livres de recordações do passado e qualquer traço de egoísmo e individualismo. Serão os habitantes da nova Terra, do "mundo de regeneração", como os espíritas falam.

Como viu, muitos têm a sua versão do que vai ocorrer por volta de 2012. Mas se notar você vai ver que não será o “fim do mundo”, mas o fim de “um tipo de mundo”, da nossa civilização, sociedade, raça. Como sempre aconteceu, uma nova raça mais desenvolvida vai surgir após a extinção da velha.

Não nos restam dúvidas que nossa civilização está à beira do colapso. Nunca antes estivemos mergulhados em tantas crises ao mesmo tempo: superpopulação humana, pobreza e desigualdade social, crise financeira mundial, crise alimentar, crise energética, escassez de água e petróleo, consumismo frenético, ameaças de terrorismo e guerras nucleares, o reaparecimento de doenças mortais, escândalos envolvendo políticos, quedas de governos, mudanças climáticas e o aumento impressionante das catástrofes naturais e da extinção de espécies, além do agravamento da violência e distúrbios civis. Qualquer um que usar a inteligência deve compreender que, independentemente das profecias de 2012 se realizarem, nossa sociedade está caminhando a passos largos em direção ao precipício. Basta ser um bom observador e perceber isso. Por mais absurdo que possa parecer, isso não é nem um pouco irracional. Se voltar no tempo verá que grandes civilizações entraram em colapso quando atingiram o auge intelectual e tecnológico. Num só golpe elas desaparecerem da face da Terra, deixando apenas perguntas sem respostas e um grande mistério.

Siga aqui para assistir diversos documentários sobre 2012: http://porque2012.com/videos-2012.html
Encaminhado a mim por Luiz Henrique Eder, terça 27/10/09.

domingo, dezembro 06, 2009

O GRANDE DISCURSO DO CHEFE INDÍGENA SEATTLE*

"Seattle" (1786-1866), nome mais corretamente grafável como Seathl, líder das tribos Duwamish e Suquamish, do noroeste norte-americano.
Fotografado em 1865 por E.M. Sammis. Special Collections, UW Libraries.
Texto completo da carta que o índio "Seattle", cacique da tribo Duwamish, escreveu em 1855 para o então Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce:

"O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade. Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz, com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas - elas nuca empalidecem. Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho. O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang, o homem - todos pertencem à mesma família. Portanto quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, não. Porque esta terra é para nós sagrada.

Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendemos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar da água é a voz do pai de meu pai. Os rios são irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas cargas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão. Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mais sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mão - a terra, e seu irmão - o céu, como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante.

Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto: Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende. Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende. O barulho parece insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo o pinheiro. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem. O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe seu último suspiro. E se te vendermos a nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado coma fragrância das flores campestres.

Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que nós, os índios, matamos apenas para o sustento de nossa vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de teus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios. De uma coisa sabemos: a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama de vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.

Mas nós vamos considerar a vossa oferta e ir para a reserva que destinais ao meu povo. Viveremos à parte e em paz. Que nos importa o lugar onde passarem os o resto dos nossos dias? Já não serão muitos. Ainda algumas horas, alguns invernos e não restará qualquer dos filhos das grandes tribos que viveram outrora nestas terras, ou que vagueiam ainda nas florestas. Nenhum estará cá para chorar as sepulturas de um povo tão poderoso e tão cheio de esperança como o vosso. Mas porque chorar o fim do meu povo? As tribos são constituídas por homens e nada mais. E os homens vão e vêm como as vagas do mar.

Nem o próprio homem branco pode escapar ao destino comum. Apesar de tudo talvez sejamos irmãos, veremos. Mas, nós sabemos uma coisa, que o homem branco talvez venha a descobrir um dia, o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele é o Deus dos homens e a Sua misericórdia é a mesma para o homem de pele vermelha e para o homem branco. A terra é preciosa aos olhos de Deus e quem ofende a terra cobre o seu criador de desprezo. O homem branco perecerá também e, quem sabe, antes de outras tribos. Continuem a macular o vosso leito e irão sufocar nos vossos desperdícios.

Mas na vossa perdição brilhareis em chamas ofuscantes acendidas pelo poder de Deus que vos conduziu e que, por desígnios só por Ele conhecidos, vos deu poder sobre estas terras e sobre o homem de pele vermelha. Este destino é para nós um mistério. Não o compreendemos quando os búfalos são massacrados, os cavalos selvagens subjugados, os recantos secretos das florestas ficam impregnados do odor de muitos homens e as colinas desfiguradas pelos fios falantes. Onde está a floresta virgem? Desapareceu. Onde está a águia? Morreu. Qual o significado de abandonar os pôneis e a caça? É parar de viver e começar a vegetar.

É nestas condições que vamos considerar a oferta da compra das nossas terras. E se aceitarmos será apenas para ficarmos seguros de recebermos a reserva que nos prometeram. Talvez aí possamos acabar os nossos dias e quando o último homem de pele vermelha tiver desaparecido desta terra, e a sua recordação não for mais do que a sombra de uma núvem deslizando na pradaria, estes lugares e estas florestas abrigarão ainda os espíritos do meu povo. Assim se vendermos as nossas terras amai-as como as temos amado e cuidai delas como nós cuidamos. E com toda a vossa força e o vosso poder conservem-na para os teus filhos e amem-na como Deus nos ama a todos.

Sabemos uma coisa: o nosso Deus é o mesmo Deus. Ele ama esta terra. O próprio homem branco não pode fugir ao mesmo destino. Talvez sejamos irmãos, veremos."
.
*"Este lindo discurso faz vibrar minha alma-coração e estremecer minha consciência-espírito. É um dos maiores ícones da história indígena. Uma síntese e maior exemplo do legado desta maravilhosa cultura. Demonstração de uma verdadeira irmandade e espiritualidade do ser!"
[comentário de Hugo Acauã]

Encaminhado pela amiga Suzan Pinheiro (Lírio Branco)
Fonte:http://www.aldeiadosol.net/carta2.htm

sexta-feira, dezembro 04, 2009

NOSSOS PENSAMENTOS
.
Os padrões que causam mais doenças no corpo são todos aqueles resultantes das críticas, da raiva e do ressentimento.

Por exemplo: a crítica conservada por longo tempo conduzirá a pessoa a uma doença como artrite.

Raiva a levará a doenças que fervem, inflamam e queimam no corpo.

Ressentimentos longamente mantidos retêm alimentos apodrecidos, que finalmente geram tumores e câncer .

É bem mais fácil dissolver esses pensamentos – padrões negativos da nossa consciência quando nosso estado é sadio do que tentar elimina-los quando estamos em pânico e sob a ameaça de um bisturi de um cirurgião.

A seguinte lista de equivalentes mentais foi compilada a partir de um estudo feito pela psicóloga americana Louise L Hay e do nosso próprio trabalho com clientes, como terapeuta psicoespiritual, na "Aldeia da Vida". Ela deverá ajuda-lo na busca da cura; é-lhe oferecida com amor e o desejo seguro de dividir com você os efeitos positivos de uma saúde mental mais consciente.

DOENÇAS
CAUSAS (Pensamentos – padrões negativos)
CURA ( pensamentos- padrões positivos)

Abscessos
A pessoa se sente ferida: menosprezo,vingança
Eu não deixo meus pensamentos acelerarem, estou em paz

Acidentes
Rebelião contra autoridades: crença em violência, raiva.
Paz e segurança. Eu amo e aceito tudo na vida.

Acne
Não se aceitar, desamor de si.
Eu me amo, eu me aceito onde estou agora.Eu sou maravilhoso

Adenóides
Atritos familiares,discussões, criança se sente mal querida
A criança é querida e bem vinda

Alcoolismo
Sentimentos de futilidade, inadequação, culpa e auto-rejeição
Eu relaxo o passado.Eu tenho valor.Eu me amo e me aceito agora

Alergias
A quem você é alérgico? Falso ego e sensibilidade
Eu estou em paz, o mundo é seguro e amigo

Amidalite
Emoções reprimidas e medo; raiva reprimida
Nada impede o bom de mim. Eu permito a liberdade de expressão das idéias divinas, que fluem e ganham significado em mim

Anemia
Falta de prazer; desinteresse da vida
Meu mundo é cheio de alegria e estou interessado em tudo

Apendicite
Medo, medo da vida, bloqueio do fluxo das sensações
Alegria, eu relaxo e deixo as minhas sensações fluírem.

Arteriosclerose
Resistência, tensão,abertura mental estreita.
Eu estou completamente aberto para a vida e a alegria.a vida é bela.

Artrite
Amargura, ressentimento, crítica,sentimentos de desamor.
Amor e perdão.Eu deixo os outros serem eles mesmos e eu sou livre.

Asma
Supersensibilidade, amor sufocado; supressão do choro, sentimentos sufocados
Eu sou livre. Eu me encarrego da minha própria vida. Eu posso expressar meus sentimentos como eles são.

Ataques, congestão,golpes
Rejeição da vida, auto violência; resistência extrema
Eu aceito a vida passada, presente e futura,vida e alegria.

Bexiga(problemas da)
Ansiedade: resistência a novas idéias
Eu abandono o passado, despreocupo-me do futuro.
Eu aceito o que é novo agora.

Boca(problemas da)
Incapacidade de engolir idéias; fixação de opiniões e mente fechada
Eu dou boas vindas às idéias e conceitos novos.

Bronquite
Ambiente familiar inflamado
Paz. Ninguém consegue irritar-me.

Bursite
Raiva reprimida, vontade de bater em alguém.
Eu relaxo a raiva de maneira que ela não me cause mal.
O amor relaxa e descansa

Cãibras
Tensão,segurar-se, oprimir-se
Eu relaxo e deixo a vida fluir.

Câncer
Profundos segredos ou aflições corroendo o eu; retenção longa dos ressentimentos, ferimento profundo.
Não existem segredos. Eu deixo que o passado se vá . meu presente será preenchido com alegria.
Catarata
Futuro pouco claro; inabilidade de ver à frente
Eu sou livre, ávida eterna é cheia de alegria.

Ciática
Medo do dinheiro e do futuro
Eu me movimento no melhor de tudo. Meu bem esta em todo o lugar e estou seguro.

Cisto
Crescimento falso,fomentação de choque, machucados emocionais.
Eu dissolvo velhas raivas. Nada pode ferir-me.

Coceira
Desejos insatisfeitos, remorso, punição e culpa
Tudo que eu precisar estará sempre aqui. Eu aceito tudo de bom sem sentimento de culpa

Colesterol(excesso de )
Entupimento dos canais de prazer; medo de aceitar o prazer
O prazer é norma.meus canais estão largamente abertos.eu amo ávida

Colite
Pais superexcitados;opressão, menosprezo; necessidade de afeto.
Eu sou livre-pensador. Eu estou em paz na minha mente.

Contensão, machucaduras, esgotamento
Pequenos impactos da vida
Não existe razão para eu bater na vida. Estou agindo com amor

Coração (problemas do )
Problemas emocionais sérios, longamente suportados; falta de prazer, rejeição da vida, crença nas pressões e no esforço
Alegria, alegria, alegria.Amor e paz. Eu prazerosamente aceito tudo da vida.

Corcunda
Raiva atrás de você; ressentimento conservado
Eu vejo o passado com alegria. Ninguém jamais me fez mal.

Costas(problemas das)
Superior – falta de amparo emocional, retenção em pensamento do amor passado.
Inferior- falta de amparo econômico, medo do dinheiro
A vida por si me suporta; eu confio no universo, eu divinamente dou amor e confiança.

Crescimento
Nutrir ferimentos emocionais;falso censo de valores e orgulho
Perdão. Eu amo a mim mesmo e não irei fazer-me mal.

Dedos
Superexagerar nos detalhes da vida(unhas - superanalisar )
Eu relaxo consciente de que a sabedoria da vida cuida de todos os detalhes

Defeitos de nascença
Necessidade reencarnatória, você pediu para vir assim
Não se sinta culpado, você e seus pais têm algo a aprender

Dentes
Sustentar longas indecisões; incapacidade de derrubar idéias por análise ou decisão
Eu faço minhas decisões baseadas nos princípios da verdade e fico seguro com o resultado

Deslizamento de disco
Indecisão. Não se sentir emocionalmente amparado pelos outros.
Eu sou corajoso e independente. Eu sou amparado pela vida.

Desmaios
Medo; não poder conviver;ou enfrentar, apagar-se de tudo.
Eu tenho poder,força e conhecimento para lidar com tudo na vida.

Diabete
Profundo sentimento de mágoa, falta de açúcar na vida.
Eu permito que a vida seja gostosa.Eu deixo o passado ser apenas passado. Eu aceito que a alegria e o prezar sejam as bases da minha vida.

Doenças venéreas
Culpa sexual;crença de que os órgãos genitais são pecaminosos e sujos, necessidade de punição.
Eu amorosa e prazerosamente aceito minha sexualidade e sua expressão. Não há culpa sem punição.

Dor
Congestão, bloqueio, crença em barreiras, punição e culpa.
Eu descanso minha necessidade de punição.

Dor de cabeça
Tensão, revolta, contrariedades emocionais, sentimentos feridos.
Paz, amor, alegria, relaxamento. No meu mundo está tudo bem.

Dor de ouvido
Raiva; não querer ouvir.
Eu ouço com amor e prazer. Sempre escuto o bom de tudo.

Eczema
Supersensibilidade, individualidade machucada,personalidade ferida.
Eu sou seguro, ninguém ameaça minha individualidade.

Edema
O que ou quem não está deixando você sair?
Não me permito ficar preso no passado. Eu sou seguro e livre.

Enjôo de carro
Medo- dependência, sentimento de ser pego em armadilhas.
Eu ando facilmente no tempo e no espaço.Não existe o medo.

Enjôo do mar
Medo- medo da morte.
A vida continua,não existe a morte, somente mudanças

Entorpecimento
Reter amor e consideração.
Eu respondo à vida, reparto meus sentimentos e meu amor.Eu sinto...eu sinto...

Envelhecimento
Crença social, velhos pensamentos.
Eu me amo e me aceito em todas as idades, cada idade é perfeita.Eu sou espírito. Eu sou eterno.

Enxaqueca
Resistência ao fluir da vida; medos sexuais, desperdícios emocionais.
Eu descanso no fluxo da vida e deixo-a fluir através de mim com facilidade.

Epilepsia
Rejeição a vida, sensação de perseguição, violência contra si.
Eu amo a mim mesmo e a tudo na vida. A vida é uma eterna alegria.

Esclerose múltipla
Dureza mental, coração endurecido, vontade de ferro, inflexibilidade.
Eu não tento me controlar. Eu me solto com alegria na vida.

Espinhas
Crença na feiúra, culpa , ódio de si.
Eu não propago pensamentos feios,não há culpa. Eu amo todo o meu corpo.

Estômago ( problemas do)
Incapacidade de assimilar idéias, medo de novas idéias.
Eu assimilo novas idéias facilmente, a vida concorda comigo.

Excesso de peso
Insegurança- auto-rejeição; procura de amor; proteção do corpo; medo de perda, sufocar sentimentos.
Eu me aceito e me amo como eu sou. Eu sou sempre seguro no alimento espiritual.

Face (doenças da)
Representa individualidade, reconhecimento.
Eu reconheço meus próprios e verdadeiros valores. Minha individualidade está segura.

Fadiga
Resistência, aborrecimento, falta de amor pelo que faz
Estou entusiasmado com a vida e cheio de energia.

Febre
Queimar-se com alguém ou algo; raiva.
Eu sou a calma, expressão do amor e da paz.

Febre do feno
Congestão emocional; confusão nas crenças e medo do moralismo.
Eu nego qualquer crença em moralismo. Eu sou uno em tudo na vida.

Gagueira
Insegurança; falta de auto-expressão.
Eu me permito falar por mim mesmo. Eu sou seguro da minha própria expressão. Eu comunico com amor.

Garganta
É a avenida de expressão. Repressão de raiva; ferimentos emocionais engolidos.
Eu me expresso livremente com alegria. Ninguém pode ferir-me pois estou em paz.

Gastrite (dores de gases)
Reter as idéias indigestas: sufocar o ar por medo.
Eu relaxo e deixo a vida fluir facilmente através de mim.

Gengiva (problema da)
Inabilidade de levar avante as decisões uma vez que sejam tomadas.
Eu sou uma pessoa decidida.Eu me deixo ir pela vida.

Glândulas (problemas de)
Desequilíbrio; falta de ordem; distribuição insuficiente.
Eu estou em equilíbrio total. Meus sistemas estão em ordem.

Glaucoma
Pressão emocional por sustentar, por longo tempo, sentimentos feridos.
Ninguém pode jamais me ferir.Eu vejo com amor e ternura.

Gota
Impaciência, raiva, dominação.
Eu deixo o ego e sentimentos de superioridade irem-se. Eu deixo os outros serem o que são.

Gripe
Resposta à negatividade e crenças em geral; medo e crença em estatísticas.
Eu não governado por crenças de grupos ou preconceitos.Eu sou livre de todas as congestões e influências.

Hemorroidas
Carga, pressão, tensão, medo, medo de deixar acontecer.
Eu descanso todo o peso e as cargas e vivo na alegria do presente.

Hepatite
Medo, raiva, ser odiado .O fígado é o local da raiva e emoções primitivas.
Eu deixo ir agora tudo o que não preciso mais . Minha consciência está limpa e meus pensamentos são frescos, novos e cheios de vida.

Hérnia
Carga, resistência mental, auto punição; raiva expressões criativas incorretas.
Minha vida é calma e harmoniosa . Eu me amo com ternura.

Herpes
Prolongada suspensão nervosa
Eu estou descansado de todos os meus pensamentos e de todas minhas atividades. Que a paz esteja comigo e não o medo.

Hipoglicemia
Desequilíbrio no sistema
A aceitação do prazer equilibra o meu sistema.

Icterícia
Prejuízo, crenças descoloridas.
Eu sinto tolerância,compaixão e amor por todos

Impotência
Pressão sexual, então, culpa; crenças sociais, rancor contra um antigo parceiro.
Poder. Eu permito que todo o poder dos meus princípios sexuais opere com facilidade e prazer.

Inchaços,verrugas, manchas
Auto-rejeição, medo, falta de amor.
Eu só adiciono amor em mim. Nada terá mais poder em mim.

Indigestão
Medo, ansiedade, pavor.
Eu recebo o novo e facilmente o assimilo.

Infecções
Irritação, raiva , chateação.
Nada tem o poder de irritar-me,eu sou pacífico e harmonioso.

Insanidade
Escapismo, recolhimento, violenta separação da vida; ressentimentos familiares.
Minha mente sabe sua verdadeira identidade e eu sou o ponto criativo da expressão divina.

Insônia
Tensão, culpa e medo.
Eu descanso do dia e mergulho em um sono perfeito, pacífico, sabendo que o amanhã cuidará de mim.

Laringite
Medo de verbalizar opiniões; ressentimento da autoridade; raiva.
Eu posso falar por mim. Eu me expresso livremente

Mãos
A habilidade de segurar e deixar as idéias escaparem; medo de novas idéias.
Eu lido com todas as idéias com amor e facilidade.

Mau hálito
Atitudes podres, pensamentos estúpidos.
Eu falo com amor. Eu expiro somente o que é bom.

Menopausa (problemas de)
Medo de não ser mais querido; auto-rejeição , medo do envelhecimento.
Eu sou equilibrado em todos os ciclos de mudança e abençôo meu corpo com amor.

Nervos – nervosismo
Comunicação; luta, pressa, medo, ansiedade , pensamentos confusos.
Estou na interminável jornada pela eternidade.Que a paz esteja conosco. Não existe nenhum lugar para qual devamos apressar-nos.

Olhos (problemas dos)
Não gostar do que vê na sua vida; medo do futuro, não ver a verdade.
Eu vejo com olhos amorosos.Eu gosto do que vejo, eu vejo, eu vejo claramente, eu vejo a verdade.
Ombros (problemas dos)
Rebelião contra a autoridade (os ossos são a estrutura do universo)
Eu estou em paz com a autoridade. Em meu mundo eu sou minha própria autoridade.

Paralisia
Medo, escapismo, resistência, choque.
Eu sou uno com a vida.Eu bendigo minhas experiências.

Pele (problemas da)
Sentir-se ameaçado na individualidade, falta de segurança, impaciência,assadura; maneira do bebê ganhar atenção.
Eu aceito minha individualidade.Eu sou emocionalmente seguro.Eu ganho atenção de maneira positiva.

Pernas
Medo do futuro (as pernas carregam você para o frente)
Eu me movo com confiança e alegria.

Pés (problema dos)
Medo do futuro
Eu paro na verdade.Eu vou adiante com prazer;eu tenho compreensão espiritual.

Pescoço
Inflexibilidade, recusa em ver os outros lados da questão; teimosia
Eu sou flexível.Eu aceito outros pontos de vista.

Pneumonia
Desespero, cansaço da vida,preocupações emocionais, distúrbios internos.
Eu recebo livremente idéias divinas, impregnadas com o hálito da vida

Pressão sanguínea
Alta: manter por longo tempo problemas insolúveis
Baixa:depressão, mágoa, derrotismo, raiva.
Alta- eu sou alegria e deixo o passado dissolver-se
Baixa-eu vivo com muito mais alegria agora.A vida é alegria.

Próstata (problemas da)
Desistência, derrotismo, sensualidade excessiva com sentimento de culpa; crença na velhice.
Eu aceito minha masculinidade. Eu sou eternamente poderoso.Sexo é prazer.

Psoríase (descamamento da pele)
Insegurança emocional.
Eu sou pacífico e seguro .Eu estou em paz com tudo na vida.

Pulmões
Medo de receber e dar-se a vida.
A respiração da vida flui facilmente através de mim.

Quadris (problemas dos)
Medo de ir avante em decisões importantes.
Eu sigo adiante com alegria. Amparado e sustentado pelo poder da vida

Queimaduras
Raiva: queimar-se com os outros.
As pessoas não têm poder contra mim.Eu tenho paz no meu ambiente.

Raquitismo
Desequilíbrio emocional; falta de amor e segurança.
Eu sou seguro e nutrido pelo amor do universo.

Resfriados
Confusão, desordem,pequenos machucados;família e crenças estereotipadas.
Eu sou um livre-pensador. Eu estou em paz com minha mente.

Retenção de líquido
O que é que você tem medo de perder?
Eu descanso com alegria e espontaneidade.

Reumatismo
Falta de amor; ressentimento; amargura crônica, vingança.
Eu tenho compaixão com os outros e comigo, eu aceito sentimentos prazerosamente.

Rins (problemas dos)
Crítica, sensibilidade, desapontamento.
Eu vejo somente o bom em tudo.Ações corretas estão sendo tomadas e eu estou realizado.

Roer unhas
Separação dos pais; pedaço de si que se recalca.
Eu sou um indivíduo naturalmente criativo.Eu aceito e sou seguro em minha maturidade.

Sangue (problemas no)
Falta de alegria; falta de circulação das idéias; pensamentos estagnados.
Alegria. Com alegria as novas idéias circulam livremente.

Sinusite
Presença de pessoas que o irritam.
Ninguém tem o poder de irritar-me a menos que eu permita.Paz e harmonia.

Surdez
O que você não quer escutar?Rejeição, teimosia, isolamento.
Eu escuto Deus.Eu escuto o prazer e a vida.Eu sou parte da vida.

Tórax- cisto doloroso
Supersedimentação de atitudes e propósitos na vida; superproteção.
Eu sou livre e permito liberdade a todos.

Tosse
Nervosismo, amolação, crítica.
Eu me expresso pacificamente. Eu falo com amor.

Tuberculose
Egoísmo, possessão; crueldade.
Eu não me sufoco na vida.Meus pensamentos desenvolvem-se sobre ótimas idéias. Todos os momentos da minha vida são cheios de sentido.

Tumor
Crescimento falso; ferimentos e choque emocionais alimentados.
Descanso e perdão. O amor dissolve os ferimentos.

Tumor no cérebro
Crenças incorretas computadas; teimosia , recusa em mudar os velhos padrões.
Tudo na vida é mudança. Meus padrões de crescimento são sempre novos.

Úlceras
lgo se corrói em você; ansiedade , medo , tensão, crença em pressões.
Nada pode irritar-me. Sou pacífico, calmo e feliz.

Urinar na cama
Medo dos pais (normalmente do pai).
Amor, compreensão e compaixão.

Urticária
Pequenos medos escondidos; exagero de pequenos problemas.
Estou em paz com as pequenas coisas da vida.

Vaginite
Culpa sexual; sentimento de perda de alguém ou algo amado.
As formas e as vias podem mudar, o amor nunca se perde. Todas as partes do meu corpo são bonitas.

Varizes
Negatividade,resistência; remoer emoções; sustentar um trabalho que você odeia; circulação antravada, atulhada de idéias; desencorajamento.
Eu me movimento e vivo com prazer. Eu amo a vida e circulo livremente.

Vesícula (pedras na)
Amargura; pensamentos dolorosos que você não encontra meios de evitar.
Jubilosamente deixo o passado ir-se. A vida é boa, eu sou bom.
Encaminhado por Sílvia Braga a Lista de Apometria do GAR

quinta-feira, dezembro 03, 2009

A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO MITOLÓGICO PARA A PSICANÁLISE

Isabel Ruiz

O homem sempre teve a idéia do sagrado, encontrando nas mitologias uma forma de resolver ou aplacar os seus conflitos, controlando sua agressividade através dos ritos.

Segundo Joseph Campbell, os mitos são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da experiência da vida. Campbell diz mais: "(...) os mitos estão perto do inconsciente coletivo e por isso são infinitos na sua revelação”.

Recordando Jung temos que inconsciente coletivo – que retirou da Mitologia – guarda as imagens arcaicas, herdadas do mundo, ou seja, coleta imagens primitivas e as mistura em nossos sonhos o que significa dizer que para ele o indivíduo não nasce como papel em branco, mas defendia a teoria dos arquétipos universais onde, independentemente da experiência pessoal, da cultura todos herdam as mesmas formas arquetípicas desenvolvidas e acrescidas pelas experiências pessoais.

Quando falamos em mitologia supomos acontecimentos ocorridos antes do surgimento dos homens – história dos deuses; ou com os primeiros homens – história ancestral, mas podemos perceber que a verdadeira importância do mito vai além da imagem. Está na apresentação de um conjunto de fatos que dão sentido ao mundo. Funciona como uma intervenção simbólica entre o sagrado (do hebraico – aquilo que não pode ser aviltado por mãos profanas) e o profano gerando no psiquismo a idéia de respeito, referindo-se a temas que transcendem a razão: Deus, a origem, o bem e o mal e o destino último do mundo e da humanidade (escatologia) uma das grandes interrogações do homem ainda hoje.

Joseph Campbell afirma que "todos nós precisamos contar nossa história, compreender nossa história. Todos nós precisamos compreender a morte e enfrentar a morte e todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois à morte. Precisamos que a vida tenha significado, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos". Vale lembrar que o homem é o único animal que sabe que vai morrer.

A Psicanálise, apesar do cientificismo atual, acredita que o homem continua a criar mitos; que sendo o pensar mítico uma parte do psiquismo humano (soma dos processos conscientes e inconscientes do indivíduo) deixar de criá-los seria transformar o homem em máquina.

Ao mitificar o indivíduo sai do campo do imaginário para adentrar no campo do simbólico. O homem primitivo, muito mais sensível, captava as imagens, sem analogia, e as fixava mnemicamente; mas conforme evolui começa a abstrair, isto é, a considerar isoladamente, traçando uma correlação, interpretando as formas imagéticas fora dele. É o surgimento da forma simbólica de pensar e para o ser humano o simbólico tem mais valor do que aquilo que ele toca.

Mas a sociedade moderna, voltada para o consumo, atenta contra o pensamento mítico dando ao homem uma "super dosagem" de imagens e ele passa a só entender e valorizar essas imagens.

Um exemplo disso nós encontramos na fala de um funcionário de uma empresa que chamarei de "XLY". Disse que ainda se lembrava do início de sua vida profissional nessa conceituada Empresa, da forma como era tratado por ela. Mas ele não conseguia imaginar ou lembrar de algo que não fosse o status que ela lhe dava. Em sua dissertação ficava muito claro o contexto ideológico trabalhando a vaidade e levando os funcionários a "vestirem a camisa" da Empresa. Dessa forma sempre que falava ou pensava em máquinas e equipamentos logo era defendida a ideologia da "XLY".

O pensar mítico age nos liberando dessa concretude que nos é imposta pela sociedade moderna. O valor do pensamento mítico se deve ao fato de ser ele um trabalho de elucubração do inconsciente e ai reside a sua importância para a Psicanálise já que ela estuda o inconsciente e cuida das doenças existenciais.

Isso quer dizer que ao conhecer as mitologias estamos entrando em contato com o inconsciente social e racial de vários povos, porque como disse Campbell, no mito se revela o que os seres humanos têm em comum.

Dessa forma, a leitura mitológica é uma leitura direta do inconsciente tal qual fazemos ao interpretar um sonho, - "os mitos são uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente análoga ao que são os sonhos na vida do indivíduo"(Freud).

O sonho, instrumento valioso para a Psicanálise, é uma mitologia pessoal, particular assinalando a existência de um herói, marcando o seu caminho através da "chamada" que o impele na direção de uma busca, uma missão; da "iniciação" e da "glorificação". O sofrimento extremado do indivíduo no sonho indica que ele não está conseguindo viver sua mitologia pessoal de forma adequada.

Nessa mitologia pessoal, que todos devemos desenvolver independentemente de religião, de dogmas, o indivíduo volta à infância, tenta explicar a sua origem como pessoal.

O psicanalista precisa ter conhecimento sobre mitologia e religião comparada pois a medida que analisa o homem a partir da cultura começa a entender o porque do seu sofrimento, da sua angústia existencial. Se não pesquisar a mitologia não entenderá as raízes dos sofrimentos modernos.

O homem atual, trabalhando maquinalmente, afasta-se mais e mais da sua vontade, ou seja, já não se identifica com o que faz. Alienando-se vai perdendo a capacidade de abstrair, de ter um pensamento individual, de criar um mito pessoal, atendendo tão somente ao mito coletivo da tecnocracia.

A Psicanálise visa a psicocentralização do indivíduo. Levar o indivíduo a pensar por si próprio, a se conscientizar do próprio valor e isso vai protegê-lo do pensar maquinal.

Obviamente o psicanalista não conseguirá modificar o todo, mas como um agente cultural luta contra os agentes culturais do sistema trabalhando o que está ao seu alcance, lidando inclusive com a predisposição do outro em se transformar, de criar em si mesmo um olhar diferenciado, sabendo distinguir o que é fantasia, ilusão, hipocrisia, máscaras.

A proposta da Psicanálise, então, é libertária: ajudar o homem a criar os seus mitos pessoais, fortalecendo sua auto-estima, seu auto-amor para que ele não caia no que a senhora Marilena Chaui, no livro Convite à Filosofia, chamou de servidão voluntária, onde o indivíduo troca o direito à liberdade pelo desejo de posses. Ela diz: "Não somos obrigados a obedecer ao tirano e aos seus representantes, mas desejamos voluntariamente servi-los porque deles esperamos bens e garantias de nossas posses. Usamos nossa liberdade para nos tornarmos servos"

- Não deixamos de existir se não tivermos uma conta bancária ou jogarmos fora o nosso cartão de crédito!

Nesse ponto é justo recordarmos o filósofo ateniense Sócrates, cujo ponto fundamental de sua filosofia é o autoconhecimento. Em sua maiêutica, ao propor questões habilmente colocadas, levava os discípulos a refletir de modo profundo, desprezando os conceitos vagos, e os chavões repetidos, irrefletidamente, pelo senso comum. Depois os ajudava a conceber suas próprias idéias. Foi assim que Sócrates procurou caracterizar sua vida: construindo uma personalidade corajosa e guiando sua conduta pelo seu critério de justiça.

É assim que a Psicanálise, através do profissional bem orientado, bem amparado pelo conhecimento procura levar o indivíduo ao conhecimento de si mesmo a partir de suas crenças pessoais, criando um pensar mítico sem comprá-lo do sistema, criando um senso de missão, uma capacidade de se auto-analisar, de abstrair, de se manter fora do alcance das chamadas doenças modernas. De fortalecer o seu mundo interno, de aprender a simbolizar, de encontrar dentro do seu esboço mitológico outros seres mitológicos, iguais a ele.

Encaminhado por Marcio Sales Saraiva
http://espacovidaemconstrucao.blogspot.com/2009/11/importancia-do-pensamento-mitologico..html

segunda-feira, outubro 19, 2009

O PODER DA RECAPITULAÇÃO

"O poder da recapitulação", disse don Juan, "é que ela agita todo o lixo de nossas vidas e o faz emergir."
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"Sem que soubessem, o mar escuro da consciência tomava a consciência em forma de suas experiências de vida, mas não tocava em sua força vital no caso daqueles feiticeiros que recapitularam suas vidas do modo mais completo possível. Os feiticeiros descobriram uma verdade gigantesca com relação às forças do universo: o mar escuro da consciência quer apenas a nossa experiência de vida, não a nossa força vital."

"Os feiticeiros acreditam", continuou don Juan, "que ao recapitular nossas vidas, tudo o que foi decantado para o fundo, como disse para você, vem à superfície. Nós percebemos nossas contradições, nossas repetições, mas algo em nós aciona uma tremenda resistência em recapitular. Os feiticeiros dizem que a estrada fica livre apenas depois de esforços tremendos, depois de uma gigantesca convulsão, depois do aparecimento na tela de nossa memória de um evento que faz tremer nossas bases com terrível claridade de detalhes. É o evento que nos arrasta ao momento real em que nós o vivemos. Os feiticeiros chamam esse evento de o condutor, porque a partir daí cada evento que tocamos será revivido, não meramente relembrado."

Carlos Castaneda, O Lado Ativo do Infinito.

Este tema da recapitulação vale a pena ser comentado, é um dos pilares do processo apontado pelo xamanismo guerreiro e por outros caminhos também.

É fato que todos recapitulamos ao morrer.

O mar escuro de consciência, a fonte que nos doou a consciência ao final da existência toma de volta para si tal consciência, que se dilui no vasto mar, nele diluindo o teor de nossas experiências, metabolizadas pelo processo de estarmos vivos e percebermos.

Ao final da existência o ponto de aglutinação, a percepção, tudo que somos, pois o resto é emprestado, passa por todas as experiências de vida que tivemos, não é um recordar mental, é um viver de novo mesmo, algumas pessoas que quase morreram e voltaram falam desse "passar da vida".

Por isso os videntes toltecas desenvolveram a técnica de viver neste mundo em consciência intensificada e ir a muitos mundos, não humanos principalmente, se lançar as vastidões do infinito e retornar a esta terra, este tempo onde temos nossas vidas.

Imaginem onde um(a) Xamã pleno como os que ensinaram o nagual de 3 partes não iam?

E voltavam, viviam ali, na casa do México por exemplo onde faziam seus piqueniques, onde D. Juan Matus cozinhava rabadas apimentadas para deleite de todos.

Esse ir a extremos da segunda atenção e voltar tem um porquê.

Nossos ancestrais espirituais foram, e foram e foram, alguns tão indo ainda, mas isto se revelou uma armadilha. Eles pensavam que o nagual, a segunda atenção fosse algo como hoje se pensa em plano espiritual, algo que vai subindo, ficando mais "puro", mais "pleno".

Os(as) novos(as) videntes resolveram essa armadilha, perceberam que a segunda atenção é só a contraparte da primeira, vasta, muito mais vasta, mas apenas uma contraparte, ir-se por ela é apenas adiar um fim, não vencê-lo.

Descobriram outra possibilidade.

O vasto mar da consciência quer de volta apenas a consciência, que é sua de fato, mas nada quer com a força da vida que temos.

Esta descoberta mudou tudo. A força da vida não precisa se dissipar, apenas a consciência. E treinando guerreiramente os(as) nuevos videntes fizeram algo impensado, além de toda possibilidade de compreensão, mas possível de realização.

O ente perceptivo ao morrer abre mão da consciência. Ao passar por todas as experiências de vida o ponto de aglutinação libera uma tremenda energia pois, ao contrário dos caminhos antigos, os(as) nuevos videntes não foram progressivamente a outras realidades, ascendendo uma fibra de cada vez.

Foram aleatoriamente a muitas realidades, imaginem a cena de uma bexiga transparente, cheia de fibras óticas. Um ponto de luz sai de um feixe aceso e vai acendendo os outros, dos mais distantes aos mais próximos.

Isso libera um tipo de energia estupendo, essa energia, se for usada com intento permite a quem isso faz dar um salto em direção a outro estado, abandonamos a primeira e a segunda atenção, mas absorvemos uma "terceira atenção", estado que só cito prá dizer que existe e já é muito.

Este caminho faz com que os(as) Xamãs Guerreiros(as) tenham práticas que lhe permitam chegar a este objetivo.

O ente perceptivo que somos pode se "individualizar".

Podemos ser nós mesmos, podemos ser mais do que "fizeram de nós". Para os(as) Xamãs Guerreiros(as), muitas linhagens, taoistas, hinduístas, sufis, budistas, o ser humano existe para cumprir um papel dentro de um amplo esquema cósmico.

Não fomos "criados a imagem e semelhança de deus para reinar sobre a criação".

Tais histórias atestam a necessidade humana de fugir da constatação do nada que somos. Somos como enzimas, cumprimos um papel na existência e voltamos pro "caldão" de onde viemos.

Isso se tudo for seguir o caminho "natural".

Mas é neste nada que os(as) xamãs guerreiros encontraram poder para ir além, pois se tão infímos somos podemos mesmo escapar deste intento primeiro da realidade e astutamente nos esgueirarmos pelos mundos, alcançando um estado que metaforicamente chamamos de "liberdade total".

Para realizar este desafio supremo precisamos de muita energia, antes de mais nada. E esta energia tão necessária, durante a vida, foi sendo perdida pelos atos, nas pessoas e vivências que tivemos.

Deixamos pedaços nossos em pessoas, situações, em cenas, lugares e estes pedaços de energia que ficaram nos fazem falta, pois só com toda nossa TOTALIDADE podemos desafiar os designios primeiros da FONTE, da ÁGUIA e "como um jato, passar além de seu bico, livres, rumo a LIBERDADE.

Esse sonho já foi sonhado antes, isso o torna realizável.

Recapitular é um exercício para recuperar esta energia, estes pedaços de nós que fomos sem saber, deixando pela estrada de nossa vida.

Os budistas de várias linhagem o realizam, taoístas, sufis, muitas tradições trabalham com esse recapitular da vida.

Por quê?

Para quê?

Como? O que é recapitular?

É antes de mais nada lembrar, lembrar de um evento que aconteceu, começa assim, então não para aí, se nos colocamos na atitude coerente desse momento, se estamos focados nesse momento com o devido "intento" algo em nós é afetado e nosso ponto de aglutinação, isto é, nossa percepção, é deslocada para o "momentum" energético onde aquele fato recapitulado aconteceu.

Todos os fatos da vida devem ser recapitulados, por isso se diz que a recapitulação dura a vida inteira, temos sempre camadas mais profundas para recapitular.

Recapitulando descobri que vivemos em várias dimensões ao mesmo tempo, temos múltiplas vidas e mesmo nessa vida aqui e agora nós só lembramos de uma camada superficial do mundo, recapitular nos dá energia, nos devolve a energia.

Nossas possibilidades existenciais são incríveis, posso citar apenas o exemplo de uma mulher do grupo de D. Juan MAtus que sonhando trazia para este mundo Esperanza, uma curandeira, e o Zelador, intelectual simpático que cuidava de uma das casas do grupo.

Esses mistérios são pertubadores, fascinantes, somos magia num grau impensado e ficamos aqui nestas percepções tolas e limitadas de mundo, acreditando mesmo que é a bolsa de valores, a seleção brasileira, a alta do dolar que importa.

Presos a uma mídia que serve ao conquistador e por isso oblitera nossa percepção, ficamos sendo alimentados com lixo cultural e embotados em nossa realidade existencial.

Noticia é a tragédia, a violência, meios sutis de aumentar o medo, pois sabem que se te mantiverem com medo do que está a tua volta tu não questionará o sistema que lhe escraviza.

E cada dia surge um novo processo contra o bode expiatório da vez para que não vejamos nosso país sendo entregue aos sempre vorazes mercantilistas, a companhia das indias ocidentais do momento.

Vivemos neste contexto histórico e deixamos nossa energia neste mundo, ele é mantido também com nossa energia, cada vez que assistimos a um programa de TV, cada vez que lemos jornais, que comentamos sobre esses assuntos. Não são apenas nossos impostos, cobrados em cada bala, em cada cafezinho que tomamos, que sustentam esse sistema. Nós o sustentamos com a força de nossa intenção e nossa energia, toda nossa vida desde que nascemos, tem sido sustentar esta realidade, que nos anula, mas nos mantém como galinhas em granja, alimentado-nos, e aí botamos nossos ovos, para logo nos abater.

Recapitular, portanto, é também uma atitude da Tribo do Arco Íris em sua luta pacífica e silenciosa pela retomada dos direitos de nossos ancestrais, de outra abordagem da realidade.

Quando tiramos a energia dos eventos passados e deixamos apenas a que ele tinha estamos também tirando a energia desses eventos que ficou impregnada em nós.

Só assim podemos mudar nossa percepção da realidade, do contrário será apenas uma mudança intelectual. Porque em cada interação que temos deixamos energia nossa e levamos a energia do lugar, das pessoas, de tudo que ali ocorreu. E sabemos que percebemos uma vastidão da qual só registramos a mínima parte.

Quando recapitulamos vamos tirando a energia que ficou e devolvendo a que ficou impregnada em nós, isto é, vamos resgatando nossa energia singular.

Isso amplia nosso poder pessoal.

Vai além, revendo os eventos de nossa vida aprendemos a reconhecer "o que fizeram de nós" e podemos ir além desse estado e sermos "eu mesmo", ser singular, único, que só existirá nesta efêmera mas bela existência por um curto tempo.

E, se vamos existir por tão curto tempo, com a morte sempre há um braço de distância à esquerda, como não viver intensamente cada momento, presente, pleno(a), como seguir dividido(a), fragmentado(a)?

Temos em nós tudo que precisamos para essa fantástica jornada que é viver.Por falta de saber perdemos nossa energia, perdemos nossa força da vida e deixamos pedaços de nós com pessoas, eventos, lugares.

A recapitulação é mais que lembrar, começa assim, mas não é uma revisão psicanálitica.

Pela magia da respiração damos uma dimensão extra a esse exercício.

A prática usual recomenda escrever uma lista com as pessoas que conhecemos, todas.

Depois dessa fase o ideal é sentar-se em um lugar calmo, com o mínimo de interferências externas.

Reduzir as influências externas é muito importante para uma real recapitulação, recebemos muitas "impressões" das coisas a nossa volta.

Florinda Matus fez sua recapitulação em um caixote construído ao seu redor.

Certa vez morei, em Sampa, numa casa que tinha uma escada e em baixo dela fizeram um armário.

O armário não tinha prateleiras. Durante anos usei aquele armário para recapitular. Eu trabalhava a noite e durante o dia ficava só em casa, as pessoas que moravam comigo trabalhavam de dia, assim tinha silêncio durante a tarde e recolhimento.

Comento isso porque me parece que essas condições são muito importantes, a qualidade da recapitulação sofre influências desses dados. Taisha recapitulou numa caverna. Este dado de estar num ambiente mais restrito focaliza energias da pele que em outras estâncias estariam sendo "tocadas" por vibrações sutis, que podemos não perceber conscientemente mas estão de fato em ação.

Além de um lugar adequado a recapitulação pode ser fortalecida por passes mágicos para a recapitulação que quem faz Tensegridade pode partilhar com quem não faz.

No Shün que é a Arte do Movimento que pratico antes de fazer a "limpeza do poço", como seria a tradução do nome que damos a essa prática, existem movimentos que são feitos.

Vou sintetizá-los para ajudar quem não tem acesso a grupos dessas práticas como:

Primeiro espreguiçar bem, muito, mexer boca, olhos, puxar o corpo todo pelos dedos, sentir os dedos dos pés e mãos.

Depois, "acordar o corpo" que é com os joelhos meio flexionados, braços a frente com as mãos em garras, pés alinhados com ombros e tensionar o corpo inteiro, tensionar mesmo, ir expirando, contraindo o abdomem e tensionando até ficar alguns instantes sem ar e todo tenso, então se soltar, dar uns pulos e sacudir braços, mãos e pernas como se estivesse saindo de uma piscina e tirando a água do corpo.

Então sentar numa cadeira ou chão e o corpo tá pronto pra recapitular.

Costas eretas, pode se encostar numa parede ou apoio para as costas, olhando para frente, solta todo o ar, até sentir-se vazio. Então vira a cabeça toda pra esquerda, queixo no ombro esquerdo. Faz uma respiração vazia, isto é, vira a cabeça até o ombro direito mas sem respirar, vazio. Depois inspira indo pra esquerda e expira indo pra direita.

Intente que a inspiração absorve toda tua energia que está na cena e a expiração devolve toda energia da cena que ficou em ti.

Então vá deixando a lembrança fluir, sinta-se na cena, mas não julge, apenas observe. Julgar, lamentar-se são formas de prender-se, de anular o valor da prática.

O importante é ir a cena e observar com foco o ocorrido, deixa que o aprendizado venha, não crie interpretações mentais do tipo: "agora vou agir assim ou assado", "a partir de hoje vou ser assim" estas propostas são respostas da mente desequilibrada que temos em nós, é "o que fizeram de nós" não querendo perder o controle e jogando como sempre aprendeu: "agora serei a criança boazinha e farei tudo direito para agradar a todos e ao papai do céu!"

O trabalho aqui é observar com neutralidade e recuperar a energia perdida, deixando ali a que ficou impregnada em nós.

Podemos usar a recapitulação como o tremendo instrumental que é para nos livrar de tudo que não somos, que apenas impuseram a nós.

Há várias dicas, fazer uma lista com todos os eventos da vida, tem muita informação sobre técnicas por aí, basta pesquisar.

Uma prática muito válida é lembrar do dia todo ao deitar-se para dormir. Eu pratico ir lembrando do momento que sentei para relembrar, já indo dormir, voltando cena a cena até chegar na hora de manhã que abri os olhos.

Esta prática diária tem várias resultantes, dá pra gente antes de mais nada um dimensionamento de como tem horas durante o dia que estamos "no piloto automático" ausentes de nós mesmos.

São instrumentais de guerra, a guerra contra os limites em nossa busca de liberdade.

Um(a) xamã guerreiro (a) da liberdade total luta este tipo de batalha, estes são nossos treinos de combate.

Nuvem que passa - Extraído do Pistas do Caminho

quinta-feira, outubro 08, 2009

A VINDA DO CRISTO CÓSMICO
A Cura da Mãe Terra e o Surgimento de uma Renascença Planetária*
O Significado etimológico de religião é “religar-nos” as nossas origens. Crentes religiosos e todos os cidadãos de nosso planeta precisam ouvir o amplo e impressionante mistério da história científica de nossas origens. O arquétipo do Cristo Cósmico incentiva-nos a venerar nossas origens de maneira que seria impossível para o paradigma religioso antropocêntrico da era do Iluminismo. Encoraja-nos, também, a venerar nossa divindade e nossa responsabilidade como co-criadores de maneira impossível para o paradigma do Iluminismo. Conforme coloca Meister Eckhart, “conquanto sejamos filhos e filhas de Deus, ainda não nos demos conta disso.”

Este livro inicia-se com um sonho e termina com uma visão. Tive o sonho no dia 15 de março de 1986. Foi um sonho sobre a devastação que nosso planeta vem suportando devido à ausência de uma cosmologia viva. Chamo essa devastação de “matricídio”, ou extermínio da mãe, pois assim me foi dito no sonho.

(...) Os riscos a que estão expostos a Mãe Terra e nossos filhos não serão reduzidos sem a participação de nossa herança espiritual na batalha. “Combata os piores com os melhores”, aconselha o fazendeiro/poeta/profeta Wendell Berry. Na conferência da Academia Nacional de Ciências, em 1986, analisando a extinção em massa de plantas e animais em nosso planeta, Paul R. Ehrlich, da Universidade de Stanford, declarou: “A análise científica aponta, curiosamente, para a necessidade de uma transformação quase-religiosa das culturas contemporâneas”.
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(...) Não apenas na religião, mas todos os níveis de cultura precisam unir-se na luta, como mostra o escritor Harold Gilliam em sua palestra “Situação do Mundo”. Isto não se realizará sem um salto quântico na educação pública e na pressão pública sobre os líderes, para que estes ajam no sentido de preservar o habitat global. Este não é o tipo de entendimento que possa surgir em um computador. Ele só pode ser gerado pela mídia convencional – incluindo a imprensa, o púlpito, o rádio e a televisão – e pelas escolas, as quais, com poucas exceções, estão realizando o trabalho lamentável de dar aos nossos jovens a visão da atual degradação do único planeta que temos. Quando uma civilização não possui uma cosmologia, ela não é apenas cosmicamente violenta, mas cosmicamente solitária e deprimida. É possível que a verdadeira causa das drogas, do álcool e dos hábitos de entretenimento que assolam nossa sociedade não resida exatamente nos “reis das drogas” de outras sociedades, mas na solidão cósmica que persegue a nossa própria sociedade? Talvez o álcool seja uma cosmologia líquida e as drogas uma cosmologia rapidamente assimilável para pessoas desprovidas de uma verdadeira cosmologia. Observadora perspicaz da natureza humana de nossa época, a psiquiatra Alice Miller compreende o contrário da depressão não como júbilo, mas como vitalidade. Qual a nossa vitalidade nos dias de hoje? E qual a vitalidade de nossas instituições de culto, educação, política, economia? É possível que toda a nossa civilização esteja deprimida porque nos falta a perspectiva do Cristo Cósmico?

(...) A morte da Mãe Terra (matricídio) e a ressurreição da psique humana (misticismo) e o advento do Cristo Cósmico (uma cosmologia viva) designam o mistério do ciclo divino de morte, renascimento e envio do Espírito em nosso tempo. Se a raça humana voltasse a crer neste mistério, certamente ocorreria um renascimento.

(...) Os profetas e os eruditos da antiga Israel, juntamente com os profetas de outras religiões, incluindo os nativos da América, não desconhecem o Cristo Cósmico (ou Sabedoria Cósmica) que existe entre nós.

(...) De que maneira a devastação da terra chega ao fim? Através da metanóia, uma transformação no coração (...) Essa parte corresponde a esse despertar do conhecimento do coração e à entrada na escuridão que é chamada de misticismo. Com essa ruptura o dia de Javé – dia de compaixão e justiça, de cura e celebração – pode acontecer verdadeiramente.
“A prece é Atendida, O Deus Criador Envia o Espírito Santo para Curar.”

(...) O despertar místico que prenuncia uma cura global é apresentado como despertar cósmico, um despertar para uma cosmologia viva, pra um Cristo Cósmico vivo e vital em todas as criaturas e em todos os seres humanos – jovens e idosos, escravos e livres, homens e mulheres. O espírito messiânico é apresentado como não-elitista – ele será derramado sobre todos os tipos de pessoas
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(...) Prognostico um renascimento, “renascimento baseado em uma iniciativa espiritual”, para utilizar do historiador M.D. Chenu, como resultado do transbordamento do Espírito. Este novo nascimento penetrará todas as culturas e religiões e na verdade estimulará a sabedoria comum a todas as tradições místicas vivas e realizará um despertar religioso global a que chamarei de “ecumenismo profundo”.

(...) Neste livro invoco um novo Pentecostes, o advento do espírito messiânico para toda a raça humana e todas as suas religiões e culturas. Mas invoco também a penitência, uma autocrítica e abandono profundos e radicais entre meu próprio povo, isto é, entre os cristãos europeus e oriundos da Europa. Precisamos abandonar o Iluminismo e a sua visão de mundo, que renegam o misticismo e a que faltam uma cosmologia. Precisamos abandonar uma visão de mundo religiosa que aborrece os jovens, trivializa Jesus Cristo e torna nossa herança espiritual praticamente impotente. O cientista e místico Gregory Bateson observou que “perdemos a essência do Cristianismo”. Eu concordo, pois a essência deve ser uma cosmologia vital e viva, um misticismo cosmológico, um Cristo Cósmico. Nenhum livro escrito por mim abalou-me mais do que este, pois aprendi, durante o processo de sua criação, como nós, ocidentais, fomos ludibriados e excluídos durante uma era religiosa a que faltava uma cosmologia, perdendo todo contato com o Cristo Cósmico. Como demonstro na parte III, não é possível ler os Evangelhos corretamente sem uma cosmologia viva; no entanto, é isso que nossos teólogos e líderes espirituais têm feito ao longo dos séculos. Fazer penitência por este pecado de omissão por parte da religião significa que devemos abandonar o antigo paradigma e comprometermo-nos vigorosamente com esse paradigma mais novo, conquanto muito mais antigo. O que significa que a teologia do Cristo Cósmico – ignorada durante séculos – deve ser seriamente reconsiderada hoje.

A penitência por mim exigida não é simplesmente uma metanóia individual ou “transformação do coração.” O Espírito é Aquele que “torna todas as coisas novas” e a renovação que anseio ver é a renovação das próprias igrejas. Para que isto aconteça, as igrejas têm de confessar seus pecados, implorar o perdão, ser esvaziadas, abandonadas e começar mais uma vez com o paradigma novo mas muito antigo do Cristo Cósmico.

As igrejas precisam implorar o perdão dos povos nativos cuja noção do Cristo Cósmico jamais se perdeu; o perdão dos amantes que não foram informados do misticismo sexual celebrado pelo Cântico dos Cânticos; o perdão dos jovens que continuam a ser vítimas de adultismo em mãos de tantas instituições ocidentais, incluindo as religiosas; o perdão dos artistas e do ator criativo que existe em todo adulto; o perdão das mulheres e de outras pessoas lesadas em sua herança espiritual em uma era religiosa anticósmica e antimística. Uma vez que as igrejas se ajoelhem e peçam perdão, elas deverão se erguer rapidamente e começar a contribuir para o renascimento de que o planeta necessita tão desesperadamente. Elas deverão conduzir a adoração revitalizada e o compromisso revitalizado com o ecumenismo profundo, proveniente de uma moralidade de reverência por toda a criação, que por sua vez nasceu de um despertar místico para a admiração, assombro e “estupefação radical” (frase do rabino Abraham Heschel) ante nossa existência.

Wendell Berry afirma sensatamente: “Talvez o grande desastre da história humana seja aquele ocorrido à religião ou dentro dela, qual seja, a divisão conceitual entre o sagrado e o mundano, o afastamento do Criador e sua criação. O misticismo representa a cura para esse dualismo religioso, contudo, o misticismo tem sido ignorado pela maioria dos ensinamentos e líderes teológicos judaicos, católico-romanos e protestantes. Este livro procura oferecer uma maneira de curar o dualismo entre ciência e religião, alma e cosmos, psique e espírito, justiça e celebração, teologia e misticismo, Deus e nós.

Se minha tese de que é chegado o momento de passar a busca do Jesus histórico para a busca do Cristo Cósmico estiver correta, isto ajudaria a dissipar a religião distorcida e o movimento pseudo-místico de nossa época, popularmente conhecido como fundamentalismo e chamado às vezes de cristofacismo. Os teólogos do Iluminismo – também chamados de “liberais” – são incapazes de lidar com uma cosmologia, pois devem mais a Newton, Kant e Descartes do que aos autores dos Evangelhos do século I, os quais acreditavam em uma cosmologia viva e em um Cristo Cósmico. Um dos resultados é que o livro mais escatológico da Bíblia – O Livro da Revelação (Apocalipse de São João) – tem sido deixado para os fundamentalistas à direita e os marxistas seculares à esquerda. A confusão dos teólogos do Iluminismo no que se refere à questão da ressurreição e ao túmulo vazio deve-se à ausência da cosmologia. Neste livro reivindico a demolição da religião liberal e o restabelecimento da fé em uma visão de mundo cosmológica, profética e mística – uma transformação e renovação, não apenas uma correção ou reordenamento de uma agenda extenuada. O despertar religioso radical que mereça ser chamado de renascimento espiritual é aquele que critica tanto a psique (misticismo) quanto a sociedade (justiça e profecia). E que faz o que prega.
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O advento do Jesus histórico e do Cristo Cósmico afinal tornará o Cristianismo integral. O Cristianismo tem mantido inalcançável sua “essência”, seu centro, sua noção de prática mística e consciência cósmica. Ele sucumbiu a uma mentalidade patriarcal que tem corroído sua adoração, sua mensagem e sua identidade, tornando-as estagnadas e sem vida, quase tão extenuada e deprimida quanto nossa civilização. O Cristianismo precisa do tipo de sonhos e visões prometidos em abundância na era messiânica, pelo profeta Joel. Ele precisa do tipo de renovação com que João XXIII sonhava ao iniciar sua revolução no Vaticano, na década de 1960. Talvez um novo “concílio ecumênico” esteja por vir proximamente. Seria profundamente ecumênico e convocaria a sabedoria de todas as religiões do mundo.

(...) Que criatura ousaria rejeitar sua condição de diamante imortal? Uma bênção original? Uma imagem do Ente Divino? Sei, por experiência própria, que apenas a espécie humana se atreve a negar sua divindade, se atreve a negar o Cristo Cósmico. É chegado o momento, nas palavras de Meister Eckhart, de “negar a negação” (ME, 40). Se a própria religião não consegue mostrar o caminho nessa negação da negação do Cristo Cósmico, nessa ressureição, ascenção e envio do Espírito para a Mãe Terra por meio da ressureição da humanidade, neste caso estamos realmente com sérios problemas. Neste sentido, submeto abertamente este livro aos pensadores e líderes religiosos como julgamento não de ortodoxia, mas de ortopraxia. A que espécie de trabalho e ações conduz a convicção no Cristo Cósmico?

(...) O tempo está escoando rapidamente para a Mãe Terra e a madre igreja. Gregory Bateson coloca esta questão oportuna para a igreja e a sinagoga: “A raça humana está deteriorando a sua mente a partir de uma religião em lenta deterioração?” Creio que uma religião em lenta deterioração é aquela que ignora ou esquece suas próprias origens fudamentais; que subestima a capacidade humana para o mal – em nossa época, a capacidade de o homem destruir a Mãe Terra e seus filhos; que não consegue sanar os dualismos e, na verdade, os incentiva; que entedia os jovens; que aviva o fogo dos bodes expiatórios e estimula o pecado da projeção; que não pode admitir seus próprios fracassos e erros; que se sente impotente diante dos poderes e principados da sociedade; que não consegue celebrar e ensinar as pessoas a celebrar; que substitui a moralização pelo misticismo; que não possui uma cosmologia nem interesse pela cosmologia; que denigre os esforços da ciência para adquirir conhecimentos sobre a criação; que ignora o artista; que comete adultismo, sexismo ou antropocentrismo; que condena seus próprios profetas; que aliena os anawin, sejam eles mulheres, homossexuais, pobres ou iletrados; que diminui o culto às palavras; que não oferece perspectivas a uma sociedade exausta; que não consegue estimular a criança nos adultos e jovens; que não consegue desafiar o confortável. Se Jung está correto quando afirma que “apenas os místicos levam a criatividade para a religião, a única maneira de a religião resistir à decomposição consiste em abrir mais uma vez seu coração e suas concepções teológicas para o místico.

Que o Cristo Cósmico possa redimir-nos de uma religião desprovida de misticismo e insensata. Que o Cristo Cósmico possa conduzir-nos para um século mais saudável – e menos racional. Que o Cristo Cósmico abençoe a todos nós, para que possamos abençoar e não crucificar a Mãe Terra e as gerações vindouras.
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* Para mim foi um (re)"encontro místico de almas e ideais", pois, inconscientemente já vinha compartilhando algumas idéias que muito se afinizam com alguns princípios de Fox. Uma "espiritualidade mais ecológica", um "re-ligare" mais profundo, místico, direto e mais real. Um propósito mais Xamânico e verdadeiramente cristão, entendo eu. Trago a todos os "irmãos em caminhada" a transcrição de algumas partes do primeiro capítulo deste precioso livro de Matthew Fox, que é Padre da Igreja Anglicana, conviveu e muito aprendeu com os nativos indígenas. Vejam em seus agradecimentos no livro: "Uma nota de apreço também para os dançarinos do Sundance [tradicional e sagrada dança-ritual indígena norte-americana], em Rosebud Reservation, agosto de 1987, cujos ordálios fazem deste planeta um lugar mais sagrado para todos nós. (Comentários por Hugo Acauã)

Matthew Fox, A Vinda do Cristo Cósmico – A Cura da Mãe Terra e o Surgimento de uma Renascença Planetária. Record: Nova Era.