sábado, maio 08, 2010

RAPÉ: "UMA BREVE HISTÓRIA"

Embora o rapé seja uma palavra de origem francesa, que significa "ralar", "raspar" (râper), sua origem e uso são bastante característicos das culturas indígenas sul americanas, em especial, as amazônicas.

Essa cultura influenciou até a Corte Portuguesa, na época do Brasil Colônia. Até o início do século XX, no Brasil, ainda era comum tal hábito. Atualmente o rapé vem ressurgindo com grande força, por conta da crescente influência natural indígena-xamânica em nossa cultura urbana, como podemos facilmente identificar em sites de relacionamentos e no Google.

Eu mesmo, que possuo heranças portuguesas em minha árvore genealógica, ainda possuo uma caixa de rapé confeccionada em prata, que fora utilizada por meu bisavô.
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Alguns destes, já mais industrializados, podem ser encontrados e vendidos em tabacarias. Existem os confeccionados por indígenas, para determinados fins ritualísticos, com várias outras substâncias naturais e expansoras de consciência. Também têm aqueles que são confeccionados por alguns não-indígenas, de forma artesanal. Atualmente fala-se muito na "cultura do rapé", que agrega todos que fazem uso, um público mais específico.


Os rapés de uso mais comum, em geral, eram e ainda são elaborados exclusivamente com folhas de tabaco já raladas, ou ainda, pedaços da folha do fumo enroladas e prensadas, para que o possuidor pudesse ralar na hora em que fosse utilizar, pois assim mantinha-se potencializado seu aroma característico.
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A maior finalidade da utilização do rapé, principalmente pelos portugueses, era a produção sucessiva de espirros, pois o fato de provocar as mucosas nasais para produção dos mesmos, era a de gerar uma grande sensação de prazer, além de ser considerado um ato de grande fineza e elegância, na época. Muitos já andavam com sua caixinha de rapé e lenço no bolso.


Existem vários tipos de rapé, finalidades e maneiras de utilização, principalmente dentro das tradições indígenas. Na forma mais comum e popular, são aspirados uma pitada em cada narina. Outra forma de utilizar o folha do tabaco é mascá-las, dizia-se que era para clarear os dentes, uso ainda encontrado no interior, em culturas mais regionais.
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A inalação de vegetais 
(Yopo, Paricá, Tsunu, etc.) já era utilizada pelos índios há centenas, até milhares de anos, principalmente os sul-americanos, para produzir cura, expulsar a "panema" (doença do mal olhado, azarado, mau agouro, etc.), equilíbrio homeostásico (temperatura do corpo) e expansão de consciência, bem como, até os dias atuais várias tribos mantém esta sagrada tradição (Kaxinawá, Huni Kuin, Yawanawá, Tupari, etc.), de maneira mais ritualística (expansores de consciência ou psicoativos) no intuito também de se comunicarem com os espíritos ancestrais e ou encantados (espíritos da natureza relacionados aos vegetais, animais, mar, enfim, também ditos elementais), auxiliares ou ajudantes de cura, ou ainda, os Aliados-Guia, a fim de obterem a solução de algum problema do familiar, parente, tribo, enfermo ou cliente.

Também já foi encontrado pimenta-do-reino nas narinas e abdome de Ramsés II, no Egito, bem como, em sua mumificação junto com outros bálsamos e gomas tais como mirra, olíbano e canela, segundo Manniche em seu livro "Egyptain Herbal".

Como podemos observar a utilização dos compostos vegetais, entre eles o rapé, já é algo muito antigo e cada tradição e cultura fazem uso de substâncias naturais diferenciadas e com objetivos distintos. A folha do tabaco sempre foi utilizada pelos índios-xamãs-pajés para cura e exorcismo, auto-conhecimento e conexão espiritual, pois os mesmos sabiam utilizá-la em sua forma natural, dita selvagem, para alcançar tais objetivos.
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A Gavião-Real por todas as razões expostas acima, encontrou uma maneira de resgatar tais conhecimentos tradicionais com alguns princípios fitoterápicos, no intuito de elevar a saúde, equilíbrio e bem-estar, conjugando saberes científicos convencionais com alternativos ou holísticos (Fitoterapia, Aromaterapia, Fitoquímica, Farmacologia, Etnobotânica, etc.), para o benefício da saúde humana.
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POT-POURRI FITOAROMÁTICO

Pot-pourri é uma palavra também de origem francesa que objetivamente significa "mistura", ou seja, o Rapé 7 Ervas - Gavião Real (Txamihakabu Dxãdxê Meãdxú)* na verdade é uma mistura de vários compostos vegetais (ervas, raízes, sementes, entrecascas, etc.) em diferentes proporções que tem por finalidade primeira, auxiliar o restabelecimento da saúde olfativa e das vias aéreas, principalmente aqueles que sofrem de rinite e sinusite, aliviando consideravelmente ou restabelecendo o equilíbrio orgânico, a saúde e bem-estar respiratório, gerados por desequilíbrios desta importante função orgânica, que tanto compromete a saúde física, mental e emocional. Por experiência própria, há mais de dez anos, possuía uma rinite alérgica e sinusite crônicas e após despertar para esta necessidade, não só minha, mas de muitos, passei então a estudar mais profundamente e consumir os produtos naturais de origem vegetal, que pudessem servir como um grande auxiliar de cura para tais problemas. Não só eu, amigos e familiares tivemos resultados surpreendentes, mas várias pessoas que dele fizeram uso, tiveram a cura total ou no mínimo, uma grande e significativa melhora, sem nenhum tipo de efeito colateral. 
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Como já citado acima, essa valiosa “mistura” ou Pout-pourri herbário conta com a presença de ervas com princípios Fitoterápicos (Fito=planta e terapia=tratamento), um ramo da Ciência ou Medicina Alternativa que estuda os princípios ativos dos vegetais, oriundos dos conhecimentos de antigas tradições, principalmente as indígenas-xamânicas, e que hoje contamos com os estudos Etnobotânicos, Farmacológicos e (Fito)Químicos amparados por lei e cujo órgão regulador ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) detém o controle de qualidade sobre os mesmos. 

A busca de tais conhecimentos, sobretudo sua utilização é tão antiga quanto o homem, pois, desde os hominídeos já surgia tal prática, bem como, em todas as civilizações no mundo, principalmente entre os aborígenes, nativos ou autóctones, pessoas que tinham sua cultura, religião e subsistência voltadas para terra-Mãe, a natureza e seus ciclos. Aqui em solo brasileiro, contamos com tamanho conhecimento e herança ancestral indígena, associados também a outros conhecimentos agregados, proveniente da miscigenação cultural-racial em nosso território pelos brancos-europeus e os negros-africanos. Hoje, os estudos fitoterápicos é um fato mundial, inclusive já sendo implantado no SUS (Sistema Único de Saúde), onde cada vez mais as pessoas vêm se "reconectando" ou retomando o olhar para esta realidade, bem como, sua relação interna e externa com a natureza para fortalecer a saúde, o reequilíbrio, cura, beleza, paz, bem-estar, etc.

As ervas de fato nos ajudam em muitas disfunções orgânicas, também mental, emocional e espiritual. Os aromas também são imprescindíveis. É através da Aromaterapia que venho complementando esses conhecimentos e adicionando-os ao Rapé, pois a mesma, é um seguimento que nasce da Fitoterapia, que há muito vem se desenvolvendo e se aprimorando. Os egípcios eram extremamente conhecedores desta arte, pois os óleos essenciais (OE ou OEP) são extratos líquidos potencializados de uma erva ou substância, pois o mesmo contém o princípio ativo concentrado de um vegetal ou parte dele.

 RAPÉ DA GAVIÃO REAL: “UM POTENTE AJUDANTE OU AUXILIAR DE CURA”

O conceito de ervas na perspectiva indígena-xamânica é que estas são nossas “ajudantes ou auxiliares de cura”, bem como, os animais, nossos “aliados-guia”, pois as mesmas possuem sua força natural, energia, medicina, química, enfim, sua potencialidade de cura, nos servindo de alimento para o corpo e espírito. Para os nativos em geral, cada ser vivo contém seu espírito-alma, sua contraparte etérea, espiritual e cada espírito contém sua medicina, sabedoria, força e poder divino.

No início da criação “a Natureza falava de Deus”, pois Ela ensinava aos homens sua história, origem, a vivermos em paz  e harmonia com todos os seres (e até hoje “falam”). Seu surgimento no planeta foi muito antes do surgimento das primeiras espécies humanas. Quando aqui chegamos, a Natureza humildemente já estava posta a nos servir, em todo seu explendor, um banquete de riquezas naturais, como uma mãe a nos abrigar e alimentar, porém, deveríamos conscientemente honrá-la, amá-la e preservá-la, pois Ela, a Mãe-Natureza, nos fala de conhecimentos antigos, nos reconecta à nossa essência mais profunda, que é "Estar em Deus", pois tudo é emanação do Grande Criador.

Reiterando este princípio, a Gavião-Real entende que o Rapé 7 Ervas é potencialmente um grande auxiliar-ajudante de cura, mas que zela pelo bom senso e rigor às leis, de forma que não recomendamos sua utilização em substituição ao método tradicional de nossa Medicina, portanto, sua utilização contra-indicamos a menores de 18 anos, gestantes, lactantes (mulheres em fase de amamentação), portadores de debilidades cardiovasculares, pressão alta, pessoas que possuam quadros de epilepsia ou algum distúrbio neuro-psíquico. Ainda que seja um produto de origem natural, sabemos que podem existir reações adversas em pessoas possuidoras de maior sensibilidade que a comum.

A Gavião-Real trabalha de forma muito criteriosa na manipulação deste grande composto vegetal com dosagens diferenciadas para cada componente nele presente. O refino das ervas se dá em alto valor, tornando-se um pó vegetal extremamente refinado, sem cascalhos maiores que possam causar incômodo ou desconforto nasal, com uma capacidade de atingir profundamente seu objetivo.

Os óleos essenciais são praticamente extraídos das ervas diretamente para o seu organismo, através de laboratórios químico-farmacêuticos especializados em manipulação de produtos vegetais. Portanto, nossos óleos não são os mesmos encontrados em casas de perfumarias, para confecção de perfumes e sais de banho, por exemplo, pois essas mesmas essências já estão manipuladas, diluídas e automaticamente fixadas em outras substâncias-base, normalmente de origem mineral. 

O que temos nesse caso, é mais o aroma, perfume/fragância e não o produto original em sua forma pura que devem vir sobre o selo OE ou OEP, Óleo Essencial ou Óleo Essencial Puro (ambos têm a mesma conotação) e que são utilizados pelos aromaterapeutas profissionais e pela Gavião-Real, com a finalidade de obterem seus princípios terapêuticos e fitoquímicos, no auxílio à saúde e bem-estar humanos, não obstante, esta composição também contém, dentre outros, um óleo natural que é a seiva, "o choro encantado" de uma árvore, uma resina muito sagrada para os índios do Brasil e EUA, muito utilizada para esta finalidade curativa.

A Gavião-Real se reserva ao direito de não expor aqui todos os componentes vegetais e percentuais utilizados em sua fórmula, no intuito de preservar o seu direito de criação e qualidade do produto, evitando assim "os piratas" que tem por finalidade primeira a obtenção indiscriminada do lucro, esquecendo-se de sua qualidade, outros ainda, geram na maioria das vezes medidas paliativas, visando a obtenção indiscriminada do lucro e não a saúde e bem-estar humanos, tornando-nos escravizados pelos mesmos.

O Rapé 7 Ervas existe há pouco mais de dez anos. Foram realizados vários estudos e experimentos num período de 2 (dois) anos, até ser fechada definitivamente sua fórmula. Vejamos logo abaixo as debilidades, desarmonias ou disfunções orgânicas que o Rapé da Gavião Real nos serve como grande auxiliar, não só pelos seus princípios fitoterápicos e aromaterápicos, mas pelas diversas experiências pessoais que tantos já obtiveram.

O Rapé 7 Ervas ou Pout-pourri Fitoaromático Gavião Real primeiramente nos auxilia em alguns casos que envolvam problemas do trato respiratório e subseqüentemente em outros diversos, tais como: sinusite, rinite, gripe, resfriados, expectorante pulmonar (secreção/catarro), inflamação de garganta e congestão nasal. E também:  aquece, estimula e tonifica o organismo; energiza; em alguns casos, um auxiliar diurético; bom para estados depressivos e apatia; ajuda a melhorar o estresse físico e a exaustão mental; ajuda a melhorar a auto-estima, coragem e autoconfiança; em alguns casos pode melhorar insônia, em outros, pode provocar a diminuição das horas dormidas ou o estímulo para aqueles que se sentem muito debilitados, sem ânimo; ajuda a transformar as “energias intrusas negativas” em potenciais criativos, força e vontade consciente; ajuda a desfazer e eliminar gases estomacais e intestinais (flatulência); auxilia na digestão; ajuda a acelerar o metabolismo orgânico; ajuda a regularizar funções intestinais; ajuda como um antiséptico natural; pode melhorar enjôos e vômitos; ajuda a transformar tristezas e mágoas em dinamismo e otimismo; pode auxiliar nos casos de roncos noturnos; ajuda a melhorar funções digestivas e excretoras; ajuda a estimular a mente e a memória; ajuda ao bom funcionamento dos nervos e cérebro; muito bom para fumantes (tabagismo) pois ajuda a limpar os pulmões ao eliminar placas de catarro já há muito retidas nos brônquios pulmonares.


.MODO DE USAR
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Não é correto dizer que o rapé se "cheira", mas o processo de autoaplicação do rapé é dito que se "toma", logo então, eu irei "tomar rapé", este é o correto pronunciamento. Quando a aplicação é em outra pessoa, dizemos que "vou passar o rapé". 

O uso recomendado, para que se possa obter uma melhoria e fortalecimento das funções indicadas, em geral, é de 1 vez ao dia, no período de 21 (vinte e um) dias corridos, com intervalo de 7 (sete) dias seguidos, ou seja, retornar no vigésimo nono dia, respeitando sempre a parada de sete dias corridos após uso contínuo dos vinte e um, pois dessa maneira evitaremos a adaptação do organismo ante o princípio ativo do produto, tornado-o pouco eficiente. Seu uso também poderá ser intercalado (dia sim, outro não), a critério pessoal ou conforme necessidade do momento. Nos casos crônicos ou de intensa crise que requerem uma urgência e tratamento intensivo da debilidade, recomenda-se o uso de 2 a 3 vezes ao dia. Porém nesse caso, não fazer uso em tempo maior que sete dias, já que uma vez ao dia já é suficiente para que a pessoa obtenha todos os benefícios do produto. Indicado na parte da manhã, após o desjejum (café da manhã) ou para quem preferir, antes de deitar-se para dormir, pois, é de suma importância a verificação do efeito do produto, se o mesmo lhe proporcionar mais energia e vitalidade (Yang) ou se lhe proporciona mais relaxamento e tranqüilidade (Yin). A sua dosagem inalada é ínfima para cada narina. Apenas uma pequena pitada já será suficiente, mais ou menos a proporção da cabeça de um palito de fósforo. A quantidade também varia de acordo com a capacidade de suportar os seus primeiros e imediatos efeitos.
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DOS EFEITOS

Na verdade, cada organismo é um universo e natureza distinta que tende a reagir de forma particularizada, mas temos percebido um padrão que normalmente se segue a todos. Sendo assim, vejamos: leve sensação de tonteira nos primeiros segundos ou até minutos após aplicação. Geralmente acontece nos primeiros dias da aplicação, até adaptação do seu organismo; suave ardência e sensação de frescor nas narinas, proveniente dos princípios ativos; poderá produzir uma sequência de espirros, nos primeiros segundos logo após a inalação, mas em poucos dias de uso, essa sensação logo após aplicação, desaparecerá; necessidade de logo após o uso, assoar o nariz e colocar toda secreção e catarros para fora (é bom mesmo que o faça); caso haja a incidência da ingestão do produto no momento da utilização, não se preocupe, não haverá nenhum problema, somente o paladar que poderá não agradar muito. Aplique com os olhos fechados, pois qualquer quantidade mínima nos olhos provocará ardência, mas caso ocorra, só lavar com água abundante. 

RECOMENDAÇÕES

Como já explicitamente citado acima, o Rapé 7 Ervas não se propõe a ser um medicamento e nem substituto dos mesmos. A utilização de produtos naturais é de uso e responsabilidade exclusiva de quem aprecia esta forma de auxílio à saúde humana. Temos a responsabilidade e preocupação de contra-indicar o uso do produto a menores de 18 anos, gestantes e lactantes, pessoas que sofrem com problemas cardiovasculares, pressão alta, bem como, pessoas com quadros em que apresente epilepsia ou qualquer outro que comprometa as funções neuropsíquicas.

SOMENTE A QUEM DESEJAR: pouco tempo após o fechamento da fórmula (pot pourri) recebi intuitivamente uma consagração no momento em que fui utilizar o rapé e que até hoje sempre a utilizo antes de aspirar o produto. Recomendo e deixo aqui para somente aqueles que desejam utilizá-lo, não só pelas suas propriedades terapêuticas naturais, mas também por aqueles que queiram potencializar com energias positivas pessoais. Eis a imantação: "Pela chama Divina que habita em meu ser e com a luz destas ervas sagradas, minha autocura é despertada."

*na língua Patxôhã da etnia indígena Pataxó - BA - Brasil.

Ahow... Boa caminhada a todos! Saudações Xamânicas!
Hugo Acauã